segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Eu e a costura ...


Não somos as melhores amigas, não! 
Quero eu com isto dizer que tenho momentos, fases, excitações.
Às vezes apetece-me tanto que não consigo adiar, não permito que a falta de um componente boicote a ação. Às vezes ...

Depois passa!

Posso então ficar semanas sem me aproximar, o que é mau.
 É mau, principalmente, quando tenho o que quer que seja começado, aguardando feliz desenlace que, enquanto não ocorre, corresponde a um quadro de desarrumação terrivelmente inestético.


Foi assim com esta colcha ...

Num acesso de desmedido entusiasmo pus-me a cortar quadradinhos, dezenas e dezenas de quadradinhos.
A seguir costurei-os.
Depois liguei-os através de faixas em tecido branco ...
Fácil e divertido, até aqui.

A fase penosa estava por acontecer - refiro-me ao forro, à manta térmica cosida pelo avesso.
Aí esmoreci.
Foram dezenas e dezenas de alfinetes juntando as partes.
Depois foi pespontar os quadrados ligando-os ao forro ...


Comecei a tarefa cosendo ponto por ponto à mão!
Fartei-me, tal a trabalheira monótona e medieval - sim, porque estes trabalhos são imaginados como divertimento e nunca como suplício.

Tentei coser à maquina ...

IUPPIIII!!!

Resultou!
 E tudo se desenrolou com deliciosa desenvoltura.

Bem sei que as mulheres dos primeiros colonos a chegar à América não dispunham de máquina de costura.
Bem sei!
Bem sei que concretizaram o Patchwork pontinho a pontinho.
Bem sei!

Mas também sei que não sou mulher de nenhum colono a desbravar os confins do faroeste e que se tenho uma máquina de costura há que dar-lhe uso.


Portanto ... Socorri-me das facilidades da civilização ...

... concluindo com enorme sucesso a tarefa que não havia maneira de ser concluída.

Ficou linda e leve e quente e alegre, prontinha para ser colocada na cama.

Eu?
- Numa imensa alegria, como é suposto!

Arrumei a tenda, pus ordem no caos e, ainda por cima, fui bem sucedida na empreitada.

Para já, por uns tempos, quero distância da costura.
Não é, porém, um adeus!
Não!
É um mero "até breve".


Beijo
Nina