quinta-feira, 30 de novembro de 2017

As costuras da semana


A semana foi bastante produtiva em termos de costura, pois consegui  um novo saco, uma bolsa tipo necessaire e ainda uma toalha para a mesa da cozinha. Tudo apenas e somente utilizando retalhos, sendo que alguns deles eram verdadeiramente minúsculos.

Foi divertido além de produtivo.
Consegui esvaziar um dos cestos, utilizar restos de rendas e até uma camisa de homem, daquelas que ainda estão prestáveis, mas cujos punhos e colarinhos, já não.





Este o saco

Este tipo de saco é muito versátil pois tanto pode viver bem dobradinho dentro da mala, esperando ser útil e evitando a compra de um saco de plástico no supermercado, como pode guardar o trabalhinho que se realiza ao serão.
Como tenho feito vários, possuo sacos para todas as finalidades e para todos os gostos,  até para oferecer.
Confesso que quando me saem das mãos, não saem imediatamente  do coração e então é quase impossível desfazer-me deles - é apego de mãe, que com o tempo esmorece, permitindo as ofertas.
Por este que acima mostro, estou ainda em pleno estado de paixão, que com o tempo vai passar, bem sei.


Mostro  aqui a tal camisa ...

...que foi cortada e cosida ...

... acabando a desempenhar o papel de forro - muito mais útil do que continuar fazendo "monte" no cesto dos retalhos

De uns pedacinhos de tecido imprestáveis, de tal modo eram pequenos, nasceram bolsos, os bolsos interiores do saco, porque - já se sabe ... - bolsos nunca são de mais!

Foram duas tardes, o tempo de que precisei para terminar o saco. Sou lenta e, além disso, quando começo a sentir uma certa saturação, é chegado o momento de parar, de modo a que a diversão não se transforme em castigo.

Os tecidos acabam por combinar entre si ...

... num jogo de cores sublinhados, aqui e ali, por uma sobra de renda.



Neste caso, sem preocupação com padrões, alfinetando, cosendo e passando escrupulosamente a ferro, a "obra" saiu a meu contento.

Se calhar - não garanto ... - será prenda de Natal, original, única e irrepetível - depende de como os meus fortes laços afetivos evoluírem.

Hei de mostrar tudo o mais que for nascendo destas mãos de costureira aprendiz.

Beijo
Nina


terça-feira, 28 de novembro de 2017

Tapeando

Ainda do último fim de semana, trago recordações de um almoço muito bom, como são todos os almoços no LAGAR EM EIRAS



Somos assíduos comensais e o Miguel - o proprietário  (e amigo) - sempre nos reserva a mesma mesa, a "nossa" mesa, escolhida há vários anos, que de então vem a nossa fidelidade / sã dependência / estima / admiração.

No LAGAR, tudo é bom e daí a dificuldade em escolher e a tendência para repetir pedidos uma e outra vez.

Sábado, não!
Decidimos inovar e tapeámos - essa actividade tão genuinamente espanhola.
Foi assim:





Pão, Pico de Penas, um branco excelente e uma espécie de tortilha (oferta da casa) enquanto se esperava

Depois, Empanada de Cocido.
É quase uma empada, com massa finíssima e muitas possibilidades de recheio - esta com cocido  de porco, onde se encontra  ainda grão de bico e grelos. Uma dose é suficiente para partilhar por dois. E é deliciosa.

Continuámos com vieiras, servidas com uma cobertura de cebola picada

Depois, crepes.
Estes com recheio de ouriço. Maravilhosos!

Ligeiramente tostados, quase caramelizados ...

... com um recheio cremoso, repleto de sabores a mar.

Por mim bastava!
Ainda assim, vieram ...

... estaladiços por fora ...



... e deliciosamente cremosos por dentro!


Foram quatro tapas a dividir por dois e foi, como disse, um almoço inesquecível.
Quero repetir e, se tiver coragem, variar.
Porque AQUI tudo é bom!

Beijo
Nina

domingo, 26 de novembro de 2017

Bombando ...



Refiro-me à feira de Cerveira que, com a aproximação do Natal, ameaça  perigosamente  tornar-se um local impossível.
São principalmente espanhóis  da Galiza.  Vêm abastecer-se de prendas  e eu sinto-me em Espanha e sou tratada por "guapa" como se espanhola  fosse.

No último  sábado  comprei ao "senhor Rui" - meu conhecido de há longo tempo - duas almofadas por 20 €. Eram grandes e fofas e pareciam adequadas ao que procurava. Afinal enganei-me - não eram! Excessivas em volume ficariam sem serventia.
Então, oito dias decorridos, lá me apresentei ao "senhor Rui" pedindo troca (conforme combinado ...) já que devolução não praticam.
- Aqui só vendemos, não devolvemos dinheiro - esclareceram-me!
Eu, nada dada a lutar contra o inevitável , aceitei sem estrebuchar a política da casa e transformei as duas imprestáveis almofadas em 10 (dez!) toalhas - 5 de lavatório e 5 toalhetes.

Eu, que dificilmente abdico do branco total, cedi ao cinza.
Parece-me ser um casamento perfeito .

Combinam harmoniosamente com as toalhas de banho - essas todas brancas  -  que tenho em grande quantidade.

100% algodão, espessas e fofas ...

Lavei-as no programa "algodão" a 60 graus ...

... e, neste momento já estão arrumadas.
Foi uma compra muito gratificante, daquelas que se fazem e nos deixam uma grande satisfação.

Acrescento - fazendo merecida publicidade ao senhor Rui - que poderia ter comprado, numa qualidade inferior, ao quilo. Aí a pechincha era completa, já que 1 Kg de toalhas custava 6 € - para quem quiser quantidade sem valorizar a qualidade.

Temos, portanto, que a Feira de Cerveira não para de me surpreender. São descobertas atrás de descobertas, cada uma melhor que a anterior.
Ainda hei de ter uma barraca na feira!
Escrevam o que eu digo!

Beijo
Nina

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Black Friday



Bombardeada por SMS e emails impossível seria não me aperceber da efeméride.
Só que, desconfio ...
Desconfio que haja truque, manipulação de preços, engodo . E retraio-me. Não participo.

Esta manhã, desatenta, esquecida,  entrei no Shopping. No parque, estranhei a falta de lugar para estacionar. Foi então que se fez luz. Hoje é sexta-feira e esta é black.
Entrei, ainda assim,  para cumprir umas quantas tarefas. Senti-me afogada em gente. De todos os tamanhos, de todas as idades - um mar de gente. Saí . Fugi à multidão. Eu que nem queria comprar nada, meti-me por distração na boca do lobo.

Almocei calmamente em casa, E por aqui fiquei que o tempo chuvoso (até que enfim!) não permite passeios.


Ficar em casa é um dos programas que mais me seduz.
Invisto na decoração para que o espaço tenha muito de mim e seja realmente um lar.

No campo - por exemplo -  cortei uns ramos de medronheiros - essas bolinhas amarelas, laranja e vermelhas são medronhos, o tal fruto com fama de embriagar se dele se abusar.

Estes detalhes acolhem-me, confortam-me - será por isso que tanto aprecio estar em casa, ainda mais hoje, longe da multidão.



Por curiosidade consultei o site da Zara, comprovando que aí, os descontos realmente existem - 20% em tudo.
Convencida fiz uma pequena encomenda - básicos que nunca são de mais.
Para além do bom negócio, afaguei o ego com a sensação de que pertenço ao grupo das pessoas espertíssimas  que assim contornam a confusão.

Até à meia-noite ainda se pode encomendar - é aproveitar!

Beijo
Nina


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Destralhando

No meu "atelier", - perdoe-se-me a presunção ...-   a tralha é  imensa.

Refiro que a "presunção" se aplica à designação "atelier", já que, para ter um  necessário se torna saber costurar e eu não sei. Não é fácil modéstia, não! Limito-me a brincar com os tecidos e coser umas coisinhas, nada mais. Se me mandassem "fazer" uma saia, nem que disso dependesse a minha vida, saia não haveria.
Adiante, que a outro assunto venho:
Arrumação! Esse já domino satisfatoriamente.

Temos, portanto, que o meu "atelier" está uma bagunça!"
Está neste deplorável  estado:












São  caixas e cestos e mais caixas e mais cestos repletos de retalhos e projectos a concluir que por ali vegetam, aguardando submissos que chegue a sua hora.

Pois a sua hora chegou. Chegou com a chuva que ontem começou  a cair, convidando a ficar por casa.

Bem sei que este mundo de panos, retalhos e novelos de lãs  tem vida e vontade própria  e que, numa espécie  de círculo  vicioso - ou de pescadinha de rabo na boca - se propaga indefinidamente,  já  que uma coisa leva a outra - isto é,  para concluir um trabalho dando destino a sobras, é,  quase como uma maldição,  obrigatório investir em novas aquisições.

Porém,  desta vez será  diferente!
Eu decidirei, não  eles (os retalhos).
Não  serei refém  da sua vontade!
Não  desta vez!









Desta vez, a ordem é despejar cestos, produzir, produzir, produzir , apenas com a prata da casa.

Assim, alfinetando, cosendo e passando a ferro, consegui o que será o exterior de um saco - para compras, para praia, para guardar trabalhos em andamento. Usei apenas pedacinhos de tecido e até umas sobras de bordado inglês. Demorei parte da tarde. Fartei-me de coser e aparar excessos. Fiz uma lixeira incrível, mas, à primeira vista, parece que nem toquei no assustador depósito de retalhos. Já vi que não será fácil e muito menos rápido. Mas a vitória será  minha! Vencerei os retalhos!


Pode até  ser que futuramente  a maldição  se repita - receio - confesso - que, no futuro,  vendo a carência de materiais seja atacada por uma espécie de síndrome de abstinência e, compulsiva,   volte a mergulhar na vertigem  das compras - no futuro, repito!

Hoje, fui-me  a eles, aos retalhos, aos restos às  sobras!
E o pomposamente  designado atelier, acabará por ter cara lavada, ar organizado,  asseado, vazio de tralha.

Parece-me bem.

Beijo
Nina

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Já a vesti!


Acabei ontem à noite! Cosi ombros, costuras laterais, costuras das mangas e mangas às cavas.

Na verdade e para ser exacta, devo esclarecer que não fiz cavas. Limitei-me a tricotar dois grandes rectângulos, um para as costas, outro para a frente, sem cavas nem decote, tricotando da mesma forma as mangas, que se limitaram a dois rectângulos com medidas adequadas.
Por quê?
Porque, por experiência, sei que estes pontos com mates e laças podem resultar numa enorme trapalhada se  - com a minha limitada competência ... - resolver incluir cavas e outros detalhes. Não! Não é necessário! Resulta lindamente assim mesmo. Obtem-se uma camisola/blusa de ombro caído e pronto!

Este ponto tem uma certa elasticidade pelo que se adapta muito bem , o que não invalida (NUNCA!) a execução de prévia amostra - assim evita-se o desgosto de, peça pronta, nos confrontarmos com medida para anã ou para gigante.
Aprendi - a duras penas - a inevitabilidade da amostra - que sempre, sempre, sem excepção, executo.

Voltando ao ponto, adoro-o! Acho que é o melhor amigo da tricotadeira amadora.

Nele já realizei três camisolas/blusas e dois vestidos, sempre com sucesso.

Aí vão as imagens que não me deixam mentir:

Combinei com saia em pele de pêssego azul acizentado ...




... e botas na mesma tonalidade.



Junto ao pescoço, o incontornável lenço (tudo me pica!)
 Hoje, com uma manhã de sol radiosa, saí sem casaco, mostrando a camisola/ blusa nova

No início e no fim de cada carreira algumas malhas em meia - o que facilita a costura 

É quente, colorida e única!

Valeu a pena cada malhinha tricotada.


Deixo AQUI , AQUI e AQUI   alguns exemplos dos milhares de malhas tricotadas, uma e outra vez, sempre com sucesso, usando o PONTO DO ZIG-ZAG CURVO.

Sugiro para prenda de Natal, que as noites estão frias e sabe bem ficar em casa, tricotando, frente à TV.

Boa semana.

Beijo
Nina

domingo, 19 de novembro de 2017

Novas cores



Depois de semanas insistindo no preto e vermelho, cansei! E virei-me para o cinzento que exploro nas mais imprevisíveis combinações, enquanto o tempo seco permite.
São dias bonitos de sol, mas a seca persistente é muito preocupante - oxalá chova muito e rapidamente.

Na Zara, encontrei umas camisolas / blusas em cachemira de excelente qualidade.


São quentes e muito macias o que não impede o eterno lenço à volta do pescoço - sem ele,é alergia pela certa.

Acrescento as eternas pérolas que não precisam de ser - nem são - verdadeiras

O casaco veio do mesmo sítio - wherelse? - sendo extremamente confortável

Engraçado que não o vi na loja - comprei-o online, o meu método de compra preferido...


Este camisolão é da HM, já do Inverno passado
 Os sapatos - do Polichinelo, disseram-me ... - são de veludo com enormes laços bem rococó, sem salto e igualmente confortáveis.

E pronto!
Assim nasceu nova combinação - um pouco clássica, um pouco inusitada,  tudo ao mesmo tempo.

O importante,- independentemente de rótulos, classificações e etiquetas - é sentirmo-nos bem na própria pele.

E isso sim!
Sinto!


Boa semana.

Beijo
Nina

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Ao serão. ..



Não posso ter melhor serão do que aquele que passo, esparramada no sofá, de pijama vestido e chinelos nos pés, olhando distraidamente a TV e ocupando as mãos com qualquer coisa - esta, uma condição indispensável para não adormecer quase de imediato.

De momento, acompanho na 2 uma série sueca absolutamente irresistível - A REDE, é como se chama.
Um filme de ação, de terror, absolutamente negro.
 O único "senão" é que  sendo falado em sueco me obriga a ler legendas ... gosto muito mais de ouvir o original.


Meio sentada, meio deitada,
com os pés em cima da mesa, tricoto "em automático",
num ponto rendado muito fácil de interiorizar.

Tinha comprado este fio por achar as cores lindas, mas nada de lhe dar destino.

Decidi-me finalmente por uma camisola / blusa que avança em velocidade cruzeiro - neste momento encontro-me a meio da segunda manga, frente e costas já acabadas.

São momentos importantes em que desligo - nada de afazeres, nem telefone, nem emails ... nada.

É, provavelmente, a melhor etapa do meu dia ... e está quase, quase a chegar.

Bom serão!

Beijo
Nina

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Eu e a costura ...


Não somos as melhores amigas, não! 
Quero eu com isto dizer que tenho momentos, fases, excitações.
Às vezes apetece-me tanto que não consigo adiar, não permito que a falta de um componente boicote a ação. Às vezes ...

Depois passa!

Posso então ficar semanas sem me aproximar, o que é mau.
 É mau, principalmente, quando tenho o que quer que seja começado, aguardando feliz desenlace que, enquanto não ocorre, corresponde a um quadro de desarrumação terrivelmente inestético.


Foi assim com esta colcha ...

Num acesso de desmedido entusiasmo pus-me a cortar quadradinhos, dezenas e dezenas de quadradinhos.
A seguir costurei-os.
Depois liguei-os através de faixas em tecido branco ...
Fácil e divertido, até aqui.

A fase penosa estava por acontecer - refiro-me ao forro, à manta térmica cosida pelo avesso.
Aí esmoreci.
Foram dezenas e dezenas de alfinetes juntando as partes.
Depois foi pespontar os quadrados ligando-os ao forro ...


Comecei a tarefa cosendo ponto por ponto à mão!
Fartei-me, tal a trabalheira monótona e medieval - sim, porque estes trabalhos são imaginados como divertimento e nunca como suplício.

Tentei coser à maquina ...

IUPPIIII!!!

Resultou!
 E tudo se desenrolou com deliciosa desenvoltura.

Bem sei que as mulheres dos primeiros colonos a chegar à América não dispunham de máquina de costura.
Bem sei!
Bem sei que concretizaram o Patchwork pontinho a pontinho.
Bem sei!

Mas também sei que não sou mulher de nenhum colono a desbravar os confins do faroeste e que se tenho uma máquina de costura há que dar-lhe uso.


Portanto ... Socorri-me das facilidades da civilização ...

... concluindo com enorme sucesso a tarefa que não havia maneira de ser concluída.

Ficou linda e leve e quente e alegre, prontinha para ser colocada na cama.

Eu?
- Numa imensa alegria, como é suposto!

Arrumei a tenda, pus ordem no caos e, ainda por cima, fui bem sucedida na empreitada.

Para já, por uns tempos, quero distância da costura.
Não é, porém, um adeus!
Não!
É um mero "até breve".


Beijo
Nina