terça-feira, 15 de novembro de 2016

Na cozinha ...


Não gosto nem quero passar horas na cozinha, embora goste de cozinhar e ( modéstia aparte ) goste dos meus cozinhados.

Por outro lado, não me dou nada bem com pressas. Comigo conduzem fatalmente ao desastre.
Mas, é claro, isso é comigo, essa sou eu, querendo não perder tempo na cozinha e simultaneamente não se encaixando num esquema de 15 minutos - como o Jamie Olivier que o prova, comprova e demonstra na TV. 
Defeito meu, está provado.

Mas então - perguntarão - como associar pretensões que se excluem?

À moda antiga, mesmo antiiiiiga - quando se iniciava a preparação do almoço às 10:00 - almoço que seria servido às 13:00.
Só que - sublinho - ninguém permanecia na cozinha adorando panelas. Não! Elas eram deixadas em paz preparando lentamente, muito lentamente o repasto.

Pois é assim que eu gosto!
Chamam-lhe slow food!
E tudo leva o seu tempo!

Concretizando:

No frigorífico tinha um abacaxi descascado.
Abacaxi azedinho - ninguém lhe pegava ...
Condenado ao lixo, portanto!

Porém, além de não me dar bem com pressas, ou-me ainda pior com o desperdício ...
E saiu bolo!

Daqueles invertidos, com fruta no topo e forma forrada com caramelo!

Num passe de inspiração, aproveitou-se o abacaxi e providenciou-se sobremesa - para várias refeições.

Assou durante 45 minutos e, entretanto ...
 Enquanto  assava, preparei almôndegas que serão servidas com uma qualquer massa/pasta , não numa, não duas, mas três vezes, que a coisa rende!


Borbulham na panela num molho de vinho tinto temperado com ervas!

Se é rápido?
- Não, não é rápido! É demorado, que os sabores levam o seu tempo!

Porém, multipliquei o tempo!
Preparei as almôndegas enquanto o bolo assava.
Neste momento, o bolo está pronto, arrefecendo como convem e as almôndegas continuam o seu delicioso banho, numa calda que não ferve - fervilha, digamos!
Sem pressas!
Falta cozer a massa/pasta - no caso espirais/ fusili, que regados com o suculento molho serão de comer rezando!

É, pois, assim, à moda antiga, lentamente, porém sem a escravatura presencial, que se prepara a verdadeira comida portuguesa.
A melhor do mundo, como sabemos!

Beijo
Nina