sexta-feira, 17 de abril de 2015

Será psicológico?


Já me aconteceu ir ao médico, por causa de uma mazela qualquer e, do ilustre clínico, receber o diagnóstico:

- É psicológico!

Esta uma resposta   em que cabem todas as possibilidades, todos os mistérios não deslindados.
É claro que acredito na primazia do espírito sobre a matéria, mas, às vezes, sabia-me bem receber uma explicação mais sólida, mais baseada em factos, em teorias comprovadas. 
Só que - já se sabe ... - resposta objetiva para cada questão é um sonho eternamente perseguido.
Por isso, quando a lógica não me satisfaz em termos de explicação, também eu recorro ao chavão:
- É psicológico! Onde cabem todas as dúvidas não esclarecidas, todos os mistérios insondáveis.

Toda esta introdução filosófica / científica para falar de  ... arroz!

Pois então!

ARROZ!!!

Que quem dele gosta como eu compreende a pertinência da questão!

Tenho um tacho especial para preparar arroz.

Este:

Um legítimo Le Creuset, o rei, o imperador incontestável de tachos e panelas!

Pois, fazendo jus ao seu escandaloso preço, este meu tachinho prepara um arroz único, um arroz dos deuses.
Nele, verto azeite - não utilizo óleo - onde frito cebola picada. Esclareço que "picada" é à moda de dona de casa e não de chef que a corta milimetricamente! Pode ser assim, sem problemas, porque, depois de cozida, está na sua (da cebola) natureza, desfazer-se e tornar-se invisível.

Quando absolutamente transparente, recebe a companhia de um tomate bem maduro, cortado em cubos ( irregulares, evidentemente!) e 3 dentes de alhos picados.
 Atenção!
Nada de deixar o refogado entregue a si próprio, que não há coisa pior do que cebola e alho queimados.
Portanto, sempre presentes, sempre alerta, acompanha-se a fritura, munidos de colher de pau que não para de mexer.

Tal como a imagem documenta.
Frito o tomate, junta-se o arroz!
Agora, mais do que nunca, a presença do cozinheiro é indispensável, inevitável.

Cá está o arrozinho, absorvendo sucos e sabores.
Depois, é só acrescentar o dobro de água à quantidade de arroz.

Tapa-se o tacho, desliga-se o calor e deixa-se que coza por cerca de 20 minutos.

Estará , então pronto, em toda a sua glória e esplendor.
Não esquecer de temperar com (pouco) sal e pimenta, no momento em que se junta a água.

Neste tacho, o meu arroz resulta divino.
- Porquê?
- Não sei!
Deve ser psicológico.

Beijo
Nina