quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

1058 - Casca de laranja com chocolate


Laranja e chocolate, queijo e goiabada, arroz com feijão, bacalhau cozido com batatas e couves, sardinhas assadas com pimentos, são , apenas alguns exemplos de casamentos perfeitos.

Chocolate com laranja, será, possivelmente, o mais que perfeito, idealizado nos céus.

Já por aqui falei de bolo de chocolate com laranja, de crepes recheados com compota de laranja regados com chocolate quente, delícias que, numa lógica  pavloviana, enlouquecem as glândulas salivares.

De cascas de laranja revestidas com chocolate é que, parece-me, nunca falara.
Ontem, recebendo um carregamento de deliciosas laranjas , rapidamente consumidas em sumos, lembrei-me de lhes dar uso às cascas.
Assim:
Descascando-as com uma faca bem afiada, de modo a que a parte branca não seja retirada, reduzi a tiras as ditas cascas.


Fervi-as, então, com água suficiente para as imergir, durante cerca de uma hora, com 3 colheres de sopa de açúcar.
A quantidade depende do número de laranjas descascadas e, consequentemente, da água que as cobrirá e que deve ficar bem doce

Entretanto, pesquisei a reserva de chocolate:
Uma tablete quase intacta de chocolate de leite ...

... e uma de chocolate amargo, o meu preferido.
 No micro ondas derreti-os separadamente e ...

... quando cozida a laranja, escorri-a num passador de rede e deixei arrefecer.
 Passei, então à parte mais divertida da operação - o banho da laranja!
Um a um, mergulhei cada palito em chocolate, parte no de leite, parte no amargo, que ele há gostos para tudo.
Coloquei cada um deles numa folha de papel vegetal para que secasse e e deixasse que os chocolates solidificassem.
Atingido esse ponto, e para lhes conferir maior crocância, remeti-os para o frio, que, devo confessar, não deixei que atuasse, rendida à pressão insuportável da gula. Comi vários. Comi muitos. Comi imensos.

A imagem dispensa legenda.

Quando à noite, antes de dormir, apetece uma coisinha qualquer, que não encha, que não seja pesada, mas que induza sonhos de glória e gloriosos, é trincar um palitinho, ou dois, e deixar que se derretam , se dissolvam no palato, dominando o ímpeto irresistível de instantaneamente os deglutir.
Dizem que o chocolate tem destas coisas!
O chocolate com laranja tem ainda mais!

Beijo
Nina

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

1057 - Nem azul nem verde ...


Fica ali a a pairar, indeciso, entre as duas cores.
 Em tom pastel, note-se, que a Primavera, tarde ou cedo,  acabará por chegar sendo estação que brilha e rebrilha  com tais nuances.


Encantei-me com esta echarpe, na tal mistura de cores que rejeita rótulo.
O tecido, uma nuvem, envolvendo o pescoço com cuidados de namorado.
Delicioso!

Depois, sem prever, sem maquinar, dei de frente com este colar!
Ai!!!!!!!
Coisa mais irresistível!
Chamei-lhe meu, muito meu!

Combinando com estes jeans clarinhos, desbotados, pontilhados de estrelinhas.
Ai!!!!!!
Vieram comigo!
 E a blusa? Qu'é da blusa?
Não encontrei. Procurei e voltei a procurar! nada! Não era bem aquilo que eu queria... ou muito claro, ou demasiado escuro. Desisti! Por momentos, apenas por momento, que a imaginação feminina é cavalo à solta com freio nos dentes. Um perigo, sabemos!
De echarpe a reboque ataquei a loja das lãs!
Que não, que naquela tonalidade, não havia, que só se fosse mais escura, ou mais clara, ou ... EUREKA!
Um fiozinho de algodão, bem fininho, bem chatinho de tricotar, bem déspota das minhas noites, saltou-me aos olhos, assaltou-me o querer, impôs-se à vontade!
Desde que acertasse na cor, aceitaria a escravatura!
Porém - e de novo da mente feminina, a tal que não conhece limites - a dona da loja ( porque era da sua mente que falava e não da minha!), descobriu a pólvora, que, perigosamente, diria, estava ali mesmo debaixo dos nossos narizes:
- Tricote com o fio dobrado usando agulha nº 6!


Que, informo a quem não sabe, existe uma divindade protetora das tricoteiras
E foram felizes para sempre, como nas histórias de encantar!
A minha camisola/blusa avança à velocidade do som - que da luz seria exagero - e eu estou muito feliz com esta história de fadas e vestidos de fadas e mãos de fadas e ideias de fadas!
Não tarda saio para o baile vestida a rigor, que príncipe, colar e echarpe já tenho.
 A camisola/blusa vem a caminho.

Beijo
Nina

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

1056 - O meu novo limoeiro!


Veio, no último sábado, do horto.
Grandote, mede à vontade 1.20m.
O jardineiro podou-lhe as pontas, porque é assim que deve e tem de ser.
Chegou envasado e, retirado da embalagem que o apertava foi transplantado para este novo vaso, cúbico, com cerca de 50 cm de aresta.


Enfeita uma varanda, numa parede que o protege do vento.
Sol, terá a rodos, como gosta.

Exibe este limãozinho discreto, mas a promessa é de que, em breve, todo ele será limões. 

Metido na terra, recebeu uma mão cheia de adubo, prescrito pelo jardineiro, que é quem destas coisas entende.
Eu limito-me a obedecer sem questionar.

Se o prognóstico se confirmar, serão limonadas, tartes de limão com merengue, queques, biscoitinhos, saladas, compotas e tudo o mais que a minha imaginação inspirar.
Tenho fé no meu limoeiro.
 E a fé, como toda a gente sabe, move montanhas.
Agora é regá-lo comedidamente, observá-lo, não o pressionar, respeitando o seu próprio ritmo, conversar carinhosamente com ele e deixar que a natureza cumpra o seu ciclo.

Logo mais darei notícias ( sem  nunca o pressionar, repito!)

Beijo
Nina

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

1055 - Enquanto faz frio ...


,,, e chuva, e vento e ainda mais frio, não largo o tricô.
 Acontece que este "não largo" é um tremendo exagero.
 Como não largo se ando todo o dia numa roda viva?
Queria ... queria muito ter uma tarde inteirinha, sentadinha, quietinha, ouvindo música, agarradinha às agulhas e às lãs.
Como, quanto eu o queria!
Porém, a vida é dura, já se sabe e não dá para essas fantasias.
Assim sendo, reformulo a afirmação.
Depois de jantar, sento-me diante da TV, lareira acesa, tranquilidade instalada e, na melhor das hipóteses, tricoto 1, 2 horas!
Daí que a velocidade é o que é, e nem por isso me queixo que a obra lá vai aparecendo.

Ficou pronta ontem à tarde, domingo, dia de descanso em que, diz a Bíblia, até Deus parou!
Ficou liiiinda!
Às malvas a modéstia!
Ficou muiiiiito linda!
E o fio chegou. Por milagre, até sobrou!

Sem fotógrafo, eu mesma, frente ao espelho, registei a maravilha, que a impaciência de a exibir sufoca-me!
Tinha, tive, tenho que a mostrar.
Desde que aprendi a técnica do raglan, não quero outra coisa. Fica um acabamento belíssimo.
A opção de não rematar as malhas no topo das mangas e no decote é imbatível, resultando maravilhosamente.
.
Gostava de mostrar uma imagem de corpo inteiro, mas isto, foi o máximo que consegui.

Seria interessante focar os acessórios, que disso vive o conjunto, mas - de novo- apenas apresento flashes ...

... que, na minha opinião, dão à camisola/ blusa um certo ar de coisa chique.


Usei-a com calças  bege e botins.
Não resultou nada mal!
(De novo, modéstia a mais é vaidade!)
Relembro que o fio veio de Oxford, por quase nada.
Sublinho que, por quase nada, resultou em peça original e irrepetível.
Realço que fui tricotando aos poucos, conforme a disponibilidade.

A história da camisola/blusa está toda aí! É só seguir os links.
O que prova que é possível vencer a inércia, a preguiça, a desmotivação, em suma, a chatice dos dias... tricotando ou fazendo bolos, ou passeando o cão, ou lendo ou ...
Os psicólogos, esses seres superiores, chamam-lhe terapia ocupacional e lá saberão por quê!

Beijo
Nina

sábado, 22 de fevereiro de 2014

1054 - Eu fui ao chinês ...

... tu foste ao chinês ...
... ele foi ao chinês ...
... todos fomos, todos vamos, todos iremos ao chinês.
Ainda que seja apenas para comprar trapilho que agora está a 1.80€ cada cone de 500g!
Marketing, puro marketing, que o chinês vizinho, numa insidiosa manobra de concorrência, baixara de 2 para 1.85 €.
Adoro estas guerras, esta guerrilha moderna que implica espionagem e outras manobras subtis.
E eu ralada com a (des)lealdade da coisa!
Oh! p'ra mim tão ralada a carregar montanhas de trapilho!

Depois, veio a aranha e disse à mosca:
-Oh! mosquinha(eu!), já viste que cores lindas de verniz para as unhas eu tenho naquela prateleira?
E os botõezinhos? já reparaste nos botõezinhos maravilhosos, de primeiríssima qualidade?
E a mosquinha, tontinha, fácil, facílima, caiu comprou!




Era uma vez uma ida ao chinês!

Beijo
Nina

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

1053 -Porque hoje é sexta-feira ...


... vamos ao bolo.
Vamos meter a mão na massa.
Vamos!
Mas que seja diferente. Tem que ser diferente. Uma experiência nova. O tal desafio, que quanto mais o aceitarmos, mais longe chegamos, mais nos surpreendemos, pasmos com a imensa quantidade de recursos não explorados, à espera, adormecidos, quase mortos, no depósito das nossas mentes.

E nem precisa de ser difícil. Não! Que a fasquia demasiado alta desmotiva!
Comecemos, pois, por desafiozinhos que nem desafios são.
São novidades. E há lá coisa mais estimulante do que a novidade?

Começa-se por escolher a receita, ao acaso. Dá-se uma olhadela. Conferem-se os ingredientes.
Tudo acessível? Tudo!
Passemos pois à execução, esperando que resulte numa surpresa gratificante, porque, se não resultar, não é grave. É apenas uma aprendizagem.Sem dramas!

Ao calhas, o livro abriu-se no  BOLO BERNOUVILLE!
Francês! Chique! A coisa promete!
E a receita reza assim:

Açúcar e farinha de cada - 250 g
Manteiga - 125 g
Ovos - 4
Fermento em pó - 1 colher de doce
Sumo de laranja - 2 colheres de sopa
glace de laranja - q.b.

Batem-se as gemas com o açúcar e depois com a manteiga amolecida. Acrescenta-se o sumo de laranja.
Aos poucos, junta-se a farinha com o fermento, batendo bem.
No final, envolve-se a mistura nas claras firmemente batidas em castelo.

Coze a 180 graus, cerca de 50 minutos, em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha.

Cresceu que foi um gosto ...

... e desenformou sem birras!

Quando arrefeceu recebeu um banho cremoso ...

que deslizou  untuoso e perfumado...

... espalhando-se pelo prato!

Se está bom?
-Parece!
Diria que sim, que valeu a aposta, que superou o desafio!
Mais logo, com chá, o veredito.

Beijo
Nina


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

1052 - Febre!

A febre da organização, das arrumações, a ânsia de despejar gavetas e caixas, de chegar ao zero para depois recomeçar tudo de novo, é o que me invade.
É uma espécie de febre que, assim vindo do nada, me acomete.
Efeito da Primavera que se avizinha, talvez!
Impossível resistir, de facto!
Rendo-me, pois!
Entrego-me inteira ao desafio.

Tanto novelo de lã, tanto fio de algodão, e agora, tanto cone de trapilho!
Uns intactos, outros não.
Ataco, seguindo uma lógica só minha, os iniciados, os inacabados, os incompletos e, só depois de terminados estes, dizimo os outros.

Para além dos novelos,  frascos entopem prateleiras.
 Sensível à reciclagem vou guardando, vou guardando, até que a situação se torna insustentável ...
Ou eles ou eu!
Antes, porém, de partir para a política de terra queimada, salvo uns quantos.

Este conteve uma compota de alperce.
A tampa é bonita, branca e laranja, ostentando uma imagem do fruto.
Pareceu-me, por isso, que este amarelo torrado casaria pacificamente com o tom dominante.

E comecei.
Pelo fundo, sempre pelo fundo.
Um círculo em ponto baixo que, em cada carreira recebe uns quantos pontos extra para garantir uma superfície plana.
Atingida a dimensão pretendida, executa-se uma carreira sem qualquer aumento, tendo o cuidado de introduzir a agulha apenas na argolinha exterior do ponto baixo e não nas duas que o compõem, como habitualmente se faz.
E a "parede" exterior começa a surgir, carreira após carreira, sem qualquer aumento.

Crochetamos com o frasco não introduzido no trabalho, o que dificultaria imenso a tarefa.
Atingida a altura desejada, tecemos 3 carreiras em ponto baixo, "matando" aleatoriamente alguns pontos, apenas para garantir a retenção do crochê.
Dada a sua natureza elástica, ainda que ligeiramente apertado, entrará e sairá sem dificuldade quando a sua lavagem se tornar necessária

No início, não estava previsto revestir a tampa.
Aliás, esta foi a primeira vez que o fiz.
E gostei.

Sem tampa, o frasquito imprestável transforma-se num porta velas magnífico, lindo mesmo!

Com tampa, guardará preciosidades ...

Botões, na minha mesa de costura, ou brincos, ou anéis , ou colares ...

... ou o que a imaginação sugerir!


O esquema do ponto de crochê está aqui!
Fácil, fácil e super gratificante.
Esta coisa linda nasceu ontem à noite, no serão televisivo!
O segundo vem a caminho e, mesmo dando sempre absoluta preferência ao branco, rendo-me à evidência do calor, da beleza desta cor.
Agora é só encontrar o sítio certo para ela.
Decisões, decisões, decisões!
Parar é que não que a "febre" não permite.

Beijo
Nina

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

1051 - Menino / menina!


Sei bem que não é uma questão de género.
Sei-o bem!
Apenas acontece que, por coincidência, neste espaço em que habito, as meninas são muito mais organizadas, muito mais arrumadas, com muito maior sentido estético do que os meninos, coitaditos!


Esta bancada, está aqui e não me deixa mentir ...

... prova provada da bagunça em todo o seu esplendor.
Ele há gavetas, ele há armários, ele há prateleiras, porém, giro, giro é deixar tudo espalhada na superfície da bancada!
Por quê?
Não sei, não vislumbro a vantagem!
O que sei é que para limpar se fica pelo mais ou menos que tanto frasco e tanta caixa  é desafio à paciência de quem limpa e organiza.

Vai daí , nada como por em prática a velha e sábia máxima:

Se não podes vencê-los, junta-te a eles.

Não é que tenha conseguido arrumar a tralha nas gavetas... Não consegui que para tanto me falta a persistência, mas, dei-lhe um jeito, mantendo o ambiente viril que não compactua com fantasias cor de rosa.
 Recorri ao trapilho! Whatelse?
O meu amado trapilho, uma vez mais e sempre, resolveu um problema.
Crochetei uma caixa/tabuleiro, toda em ponto baixo e gostei, gostei muito, muiiiiito do resultado.
Fiz assim:
Primeiro, um cordão com o comprimento que se pretende dar ao tabuleiro

Depois, prosseguir em ponto baixo ...

... até se obter a base com a dimensão desejada ...

... que se rodeia com uma carreira de ponto baixo.

A seguir, vamos crochetar 4 laterais correspondentes aos 4 lados do retângulo, tendo o cuidado de, na primeira carreira enfiar a agulha apenas na argola interior do ponto baixo sobre o qual se trabalha. Desse modo, obtem-se uma carreirinha que delimita a base das laterais.
Depois de concluída esta fase, é só fechar as quatro costuras. Fi-lo com a própria agulha de crochê, em ponto baixo.
Por fim, rematei com uma carreira em ponto caranguejo que, mais não é, do que ponto baixo executado da esquerda para a direita. 
A fim de conferir firmeza às "paredes", prendi os cantos com um lacinho (masculino, bem entendido!)

Gostei muito! Gostei tanto, tanto!
Por que não correm a comprar trapilho?
Por quê?

Beijo
Nina

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

1050 - Onde para o sol?


Ontem, domingo, vi o sol, o que prova que ele não desapareceu de vez.
Estava frio, mas não chovia e o céu mostrou-se azul.
Foi lindo, quase comovente!
Passeei  na margem do Douro, vi gaivotas e patos  e, por momentos, até eles me pareceram sorridentes!

Esta manhã, porém, nasceu assim, lavada em lágrimas!
Sol nem vê-lo!
Apenas chuva, chuva , chuva.
 Saí. Tinha de ser. Saí e regressei a casa para almoçar.
Deixei-me ficar por aqui, onde a Primavera parece querer dar um ar da sua graça, tudo porque a casa aquecida sugere amenidades.

Obedientes, cíclicas, as flores desabrocham.

Narcisos perfumados, em cacho, caprichosamente todos rosados, que os bolbos mal catalogados confundem as cores.

Orquídeas, essas numa infinita paleta colorida.

Interessante verificar que a sua fragilidade é apenas aparente. Florescem como um relógio e quando uma começa abrir, todas as outras lhe seguem o exemplo.
Gostam de luz e de pouca água. São seres bravios, resistentes,  que enchem o meu dia de beleza.

No peitoril das janelas, lá estão elas, altivas e vistosas.

Adultas com muitos, muitos anos, ciclicamente, independentemente, explodem em cor.

Uns raminhos de begónia roubados, fazem-lhes companhia. Acho que convivem pacificamente e se desafiam na arte de me surpreender.

Daqui nascerá um vaso pujante que, adulto, viajará para a minha selva privada, jardim encantado em que tudo se compromete a crescer desmesuradamente

Digo que é da luz, da orientação a sul, da temperatura amena, mas há quem duvide ...

... há quem pense que sou eu, senhora de segredos que não compartilho.
Mentira. Elas são apenas felizes naquele espaço verde.
Apenas!

Beijo
Nina