segunda-feira, 15 de julho de 2013

Verão é cor...

... e comida leve e fruta variada e saladas e pratos frescos e descomplicação, que há que aproveitar o tempo fugaz de sol e calor, na rua, na praia, numa esplanada junto ao rio, numa espreguiçadeira no terraço.
Nesta altura, o meu terraço vira jardim, com passarinhos e tudo.
À vontade, ignorando a minha presença, saltam de ramo em ramo e - cúmulo da desfaçatez - tomam banho nos pratos onde pinga a água da rega.
Um encanto!

Na cozinha, mal paro.
Se é para preparar uma refeição, preparo logo três ou quatro, na onda de despachar o calor que não se aguenta.

Sopas, poucas ou nenhumas.
Invisto em saladas, com muita folha verde, muita cor do que na gaveta dos vegetais se oferece. E, se me lembro, ainda acrescento fatias de fruta, nozes e azeitonas, e queijos, sem regra, livremente.

Ou melão!
Por que não melão em vez da sopa?
Com fatias finas de presunto, um pitéu!
Ou simples, em toda a sua suculência.


Muito doce ...

Bem fresco ...

... é uma entrada magnífica, digna do Verão.
Na tarde de domingo, em intervalo de outros afazeres, cozinhei.
Feijoada e Bacalhau à Gomes de Sá.

Da Feijoada, nada posso acrescentar face às milhentas maneiras de a cozinhar. Acho que de cada vez que é preparada, o é de maneira diferente, ao sabor das disponibilidades, do humor, da imaginação de quem a prepara. Seja como fôr, é, para mim, sempre, um prato muito bom, um prato que conforta e apazigua estômagos e disposições.

É por isso que acho que as pessoas em regime permanente são um bocadinho mal dispostas, um bocadinho agrestes, um bocadinho incivas de mais! Parece-me ...

Nasceu, portanto, uma grande panela de feijoada. Já foi provada, aprovada e aplaudida.
Oh! grande invenção!

Com a mão na massa e avental ao pescoço, fui-me ao bacalhau, uma embalagem daquelas já desfiadas, salgadas e sem espinhas.
Coloquei o bicho de molho e, sem pensar, parti para a homenagem ao senhor Gomes de Sá.
É um prato simples, mas muito saboroso que nada perde em ser preparado antecipadamente.

Quando, no início do blog, manttinha aberta A Cozinha da Nina, ( fechada porque não dava conta de tamanho encargo ...) publiquei esta, a receita que sempre sigo, com uma ou outra variação, que disciplina cega não é comigo:

INGREDIENTES

3 postas grandes de bacalhau demolhado
750 g de batatas
3 cebolas médias
2 dentes de alho
3 ovos cozidos
Salsa, louro, pimenta e azeitonas descaroçadas q.b.

PREPARAÇÃO

Coze-se o bacalhau e, depois de escorrido, divide-se em pedaços, retirando toda a pele e espinhas.
Separadamente, cozem-se as batas em água temperada com sal, que, depois de cozidas, se cortam em pequenos cubos.
Aloiram-se as cebolas cortadas às rodelas e os alhos picados, em bastante azeite.



Vai-se mexendo para que não queime e acrescenta-se o bacalhau, uma folha de louro e as batatas, refogando levemente.
Retira-se do calor e dispõe-se o preparado numa travessa que se enfeita com o ovo cozido, as azeitonas e a salsa picada.
Pode esperar no forno, de calor muito baixo, para ser servido, ganhando o prato um sabor mais intenso.

A salsa que, antes de levar à mesa, enfeita de verde o prato, vem daqui, da horta da varanda.

Durante meses, destas floreiras, retirei coentros, cebolinho, hortelã, alecrim, manjericão e salsa, aos molhos, em excessos de quem não usa sal como tempero.
Agora, missão cumprida, só a salsa e o alecrim subsistem, resistentes.
As restantes ervinhas feneceram, dormem o sono do Verão, para, em Outubro renascerem, verdes e viçosas.

Lavadinhas, picadas, serão as fines herbes dos elegantes franceses.
Vão colorir e perfumar o bacalhauzito!
À sobremesa, fruta, variada, colorida, perfumada, que não há como o Verão para tudo ser mais doce, mais suculento!


Pêssegos, nectarinas, ameixas ...
Há lá remate melhor para refeição estival?

E, na cozinha, sobre a mesa, a taça cheia, repleta, bojuda, perfumada, oferece-se ao passante.
E, ao longo do dia, vamos petiscando, uma ameixa agora, outra depois, e cerejas e uvas e morangos, numa orgia de cores e sabores inebriante.

Verão é assim, simplicidade sempre.

Beijo
Nina