quarta-feira, 17 de abril de 2013

Cozinhar, gerir, facilitar ...

Gostando de cozinhar, não gosto de ser escrava da cozinha e muito, muitíssimo evolui, desde os primeiros tempos de casada, em que, tudo era uma imensa complicação, uma terrível imposição de tarefas que colidiam com o lazer e com a liberdade.
Se é muito bom ter-se 20 anos, também é muito bom ganhar recursos e ferramentas que facilitam a vida e que só o tempo , ou , principalmente, o tempo aporta.
Quero com isto dizer que, atualmente, não existe obrigação do foro doméstico que me impeça do que quer que seja.
Só posso concluir que sou muito insubmissa (gostaria de ser mais...) e moderna q.b.
Li e leio umas coisas, é certo, mas, a bem da verdade, chego à solução prática dos "problemas" a pulso, aprendendo com os erros e com os bons exemplos.

Tudo isto para falar de feijoada!
Nem mais!

Para chegar à dita, refiro, de passagem que a gestão dos recursos domésticos é um tema que prezo.
Não gosto, abomino desperdícios.
Acho que se pode viver muito bem, sem privações e, ao mesmo tempo, ter noção do custo/benefício e, moralmente, ter noção que o mundo atravessa uma fase de cruel carência para demasiadas pessoas.

Assim sendo, sei gerir os recursos.
Acho até que, modéstia à parte, daria uma excelente ministra da economia, mantendo presente que é proibido gastar mais do que aquilo que se possui.

Vamos, então, para a cozinha.

Não compro feijão, nem qualquer outra leguminosa, cozida.
Gosto de dominar o processo, apostando na qualidade e pagando menos.
Assim, deixo em água, durante umas horas, neste caso, o feijão e depois cozo-o em grande quantidade que guardo em frascos pouco cheios e, a seguir, congelo, como a imagem documenta.

As carnes para a feijoada são, frequentemente, fruto de um processo de congelação de sobras.
Assim, sobra uma costeleta, um bife, umas fatias de carne assada ou estufada?
No congelador, tenho uma caixa hermética onde acumulo essas sobras.
Às vezes, delas resulta empadão. Outras vezes croquetes. Desta vez foi feijoada.

Numa panela, faço um refogado com abundante cebola, alho e pimento verde...


... que, depois de fritarem, recebem um banho de polpa de tomate, as carnes cortadas em pedaços e algumas rodelas de enchidos.
Tempera-se com louro, cominhos, pimenta e quase nada (ou nada, mesmo, que é o meu caso...) de sal.

Esta imensa panela de feijoada renderá três copiosos almoços, sendo dividida em recipientes estanques e congelada.

Convivendo com uma comensal vegetariana (vegan, para ser mais rigorosa), preparo a feijoada sem carnes, assim:


Tudo isto foi preparado após o almoço de hoje, quando a cozinha ainda estava desarrumada.
Destina-se ao almoço de amanhã, quando, sem pressas nem chiliques, farei a caminhada junto ao mar, lerei os jornais do dia com um expresso bem tirado e, chegada a casa, a autêntica fada do lar em pessoa, me limitarei a preparar um arrozinho básico enquanto ponho a mesa.

Fácil, não?

Beijo
Nina