segunda-feira, 18 de março de 2013

Conclui ...



... que mesmo os momentos de lazer podem ser contaminados por uma certa e indesejável ansiedade.
Falo dos momentos dedicados ao dolce far niente, das bobagens, do crochê e do tricô, quando as mãos, mecanicamente atuam, libertando os sentidos para outros voos.
Teoricamenete assim é, mas ... já dei por mim confrontando tamanhos, mesmo que só a palmo, contando carreiras, somando squares. Ora não é o que se pretende com esta atividade. O que se pretende é lazer do bom, puro e duro.
Vai daí que pensei no assunto. Voltei a pensar e decidi, subvertendo os meus princípios de organização, que, para espantar a inerente ansiedade de ver concluída a obra, nada como dispersar a tenção. Acabam-se as pressas.
É só iniciar um trabalho e logo que este começa a dar sinais de contaminação pela pressa, para-se, põe-se de lado, de castigo e começa-se outro.
Não falha.
O entusiasmo renasce, puro, curioso, maravilhado ... e quanto à urgência, nem sinal dela.


Assim fiz.
Comecei a manta em tons azuis. Dei comigo, tonta, contando os squares, os feitos, os a fazer.
Sabotara o esquema.
Parei.
Deixei-os de lado, incompletos, esperando que a eles retornasse.
E iniciei o poncho, mergulhada numa deliciosa sensação de descoberta.

Sem saber como,  de novo, dei por mim fazendo medições e o sinal de alerta vermelho acendeu-se, brilhante de aflição.
De imediato,comecei esta renda.
Tão linda, tão romântica , tão incrivelmente apaixonante.
Ganhei-a no blog Crochet em Revista, uma maravilha a explorar, onde cada postagem é um irresistível desafio

Se eu pudesse, se fosse perseverante, faria com estes passarinhos uma renda para cortina da imensa janela da minha  cozinha.
São metros e metros ...
Não sei se a tanto chegarei ...
... mas que estou feliz, muito feliz, com as alternativas de ocupação das mãos, estou! Feliz como nunca estive!
Deixo a sugestão gratuita, fácil e convidativa, que não há prazer maior que iniciar um projeto novo.

Beijo
Nina