domingo, 3 de fevereiro de 2013

Jardim de inverno


Tão bom acordar com sol e céu azul!
É que as estações, têm o seu encanto, o frio e a chuva transformam a casa em casulo protector, a lareira faz imensa companhia, o chocolate quente sabe melhor que nunca, o som da chuva nas vidraças é música de fundo que embala, mas ... o que é de mais  é de mais!
Perdi a conta às semanas chuvosas que, uma após outra se sucedem!
Farta, fartinha de chuva é o que eu estou!
Então, como ia dizendo, o domingo amanheceu esplendoroso!
Deu para uma caminhada junto ao rio. Uma hora revigorante, com vento frio, mas sol, muito sol.

Chegada a casa, tratei de abrir estores, permitindo que as minhas pacientes, sofredoras e tristonhas plantinhas se banhassem nesta luz cálida.



Pode ser que tenha sido eu  imaginando coisas, mas juraria que captei sorrisos rasgados, suspiros de prazer, à solta na folhagem.

As cores acentuaram-se, mais intensas, mais brilhantes e senti um certo perfume no ar.

Eram cochichos, risinhos de prazer, tremeliques de excitação perpassando entre elas.

As violetas, espevitadas, empurravam-se, na ânsia de mergulhar na luz.
Juraria, até, que, num abrir e fechar de olhos, várias floresceram!

A estrela de Natal, nome poético muito mais atractivo que o científico,  num repente, numa explosão de vida, brotou, que eu vi, umas quantas folhinhas vermelhas.
Há, pois festa no meu, pomposamente designado, "Jardim de Inverno".
Se o sol não se arrepender, se, amanhã, reincidir, prevejo festa rija, chuva de pétalas, perfume no ar e, quem sabe?, talvez até, cânticos de passarinhos!
Não estou a sonhar, não senhor!
Acredito piamente na festa da natureza, que, distante das complicações humanas, se limita a existir e ser feliz.
Atitude que deveríamos imitar e adoptar!

Beijo
Nina