quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Colares, pulseiras, teias ...


Existe qualquer mistério inexplicável na forma como se multiplicam os colares dentro de uma gaveta fechada.
Dir-se-ia que se reproduzem, numa enigmática função de acasalamento.
É que sempre que abro a(s) gaveta(s), o número de colares parece ter crescido, desde a última vez que os observei.
Se é bom?
Nem por isso!
É uma tal salgalhada de fios, contas, pedras, pérolas, metais dourados e prateados, berloques, pingentes, aros e argolas que me intimida, me angustia na balbúrdia da desordem instalada.
Sempre, mas sempre,graças a um vislumbre de lucidez que previne futuro arrependimento, tenho de domínar o ímpeto de despejar a(s) gaveta(s) no caixote do lixo.
É uma luta permanente, sempre com o objetivo de descobrir o sistema de organização que arrume e mantenha arrumado.
Será que, finalmente, é chegada a hora do meu grito de EUREKA? 


Vieram do Ikea estes alvéolos que se montam dentro da gaveta.
Em cada um, um ninho.
Em cada ninho, um colar.
Assim!
Se não tiverem pernas e vontade própria (como já desconfiei...) aí permanecerão, inertes, obedientes, ajuízados, esperando a sua vez de brilharem, sem, em rodopío tresloucado, se misturarem, em nós cegos.

Para as pulseiras, os alvéolos não funcionam.
Com tampas de caixas dividi o território.
Em cada espaço, um grupo.
Cada grupo organizado por semelhanças.
Mas as pulseiras nunca foram problemáticas.
Sensatas e sossegadas, permanecem organizadas, sem desvarios de colar.
Alimento a secreta esperança de que a anarquia acabou.
O tempo o dirá!

Beijo
Nina