quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Recomeçando ...

...aos poucos, retomo rotinas, afasto-me da estupefacção da tragédia.
Aos poucos.
Continua a doer, mas a dor aceita-se com resignação, aprendendo-se a tê-la por perto, a olhá-la com imensa tristeza, mas agora com  calma, com aceitação perante o que não tem volta, o que é para sempre.

Foi um final de ano horrível e, posta a pensar, constato com mágoa, todas as mágoas que em vários finais de ano passados me atingiram.

Das tristezas imensas, das alegrias transbordantes é feita a pessoa que sou.
Não se escapa incólume a estes confrontos, que, se não nos matam, nos fortalecem, dizem os ombros amigos que nos acalentam. Mas se é para ficar forte, antes ser fraca, débil  e exposta, mas escapando às provações.
Ainda se pudéssemos escolher!!!
Nesta fictícia liberdade, ocasiões há em que dançámos conforme a música que, poderosa e irresistível, nos comanda e manipula.

Passada a tormenta, sem apelo, sem recurso, o eu suspira pela tranquilidade quieta dos dias sem história, das repetidas rotinas, dos feitos discretos e modestos.
E quando apetecem, significa que o caminho da redenção se iniciou.


5 dias volvidos, 5 dias de emoções extremas, retomei o tricô.
Apenas porque a ideia me seduziu.
Voltar a querer é voltar a viver, voltar a dar oportunidade a que a própria vida biológica siga o seu curso, no qual o prazer é tão importante como o alimento.

A chuva que bate, forte, nas vidraças, deixou de ser indiferente.
Assim como o frio.
Num ímpeto, a lareira acende-se. O fogo e o calor reconfortam, sabem bem a quem, ainda ontem, era indiferente aos apelos, às sugestões de conforto.

Claro que as lágrimas ainda assolam, sem querer, prestes a rolar.
Não vale a pena negar.
Mas, agora, apetece ficar bem, apetece  colo, apetece!
Apetecer é vital!
É da natureza humana a busca pela sobrevivência.
Esta passa pela paz.
Esta convive, placidamente com o desgosto que o tempo amainará e com a vontade de ficar bem, de melhorar sempre, cada dia um pouco mais.

Beijo
Nina