domingo, 2 de dezembro de 2012

Não me canso ...


... de mostrar o meu espaço, o meu ninho.
Gosto muito da minha cidade. Tanto que não me vejo a viver em nenhum outro lugar desse mundo de Cristo.
Há, na verdade, lugares que me acolhem, que me abraçam como se a eles pertencesse. Por isso, não me canso de voltar, uma e outra vez ao Brasil. Mas, como visitante! Ao fim de algum tempo começo a sentir qualquer coisa de desconfortável, uma  coisa desagradável e indefinida, solto suspiros tontos, estou com saudades. De casa, das minhas coisinhas, das minhas coordenadas, do meu mar, das minhas árvores, do meu rio, do meu cheiro. O cheiro da casa.
Deve ser por isso que é muito, muito bom partir e ainda melhor voltar.


Para agravar a força destas raízes, sou animal de hábitos, de rituais.


São repetições que confortam e tranquilizam.


Assim, domingo pela manhã, gosto de ver o Douro. Vejo-o do Cais de Gaia, olhando o casario do Porto.


Leio jornais, tomo café, atualizo o mail e caminho.


Uma longa caminhada silenciosa pela margem do rio em direção ao mar.
Sob as pontes, olhando barcos, gaivotas, pescadores.



Alheia a tudo. Focada nos meus pensamentos.

É a típica manhã de domingo.
Depois, a tarde escorre, rápida, dentro das quatro paredes. Demasiado rápida. Tanto projeto, tanto afazer, tanta vontade de concretizar ... mas o tempo voa! Logo será noite e nem metade do agendado se efetiva.
Quase apetece não ter de dormir para ganhar tempo ao tempo.
Ou aprender a adiar projetos.
Seguramente, alternativa mais viável e mais saudável.

Beijo
Nina