sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Em caso de dúvida ...






... recusa!

Ouvi esta máxima algures.Para mim, faz cada vez faz mais sentido.
Não fazer concessões, dizer "não" ao frete!
Falo da máquina de tricô. Aquela que me foi proposta. Aquela a que não aderi imediatamente. Aquela, para cuja aquisição pedi palpites e sugestões.
Foram maioritariamente negativas, no sentido de me fazer ver que estava adquirir um mamarracho imprestável, sendo que, algumas das sugestões eram fundamentadas na própria experiência.
Eu que não estava entusiasmada, não podia ficar indiferente. Obrigada por todos os palpites.
Já recusei a oferta, feliz, com a certeza de que esta era a única decisão a tomar.

E, já que estava na onda de decisões, repensei a aquisição da máquina "corte e cose" que, por algum desígnio que me transcende, ainda não retirara da caixa.
Repentinamente, fez-se luz:
Mas, por que carga de água é que eu preciso de uma máquina sofisticada que, nem ao menos, sei como se põe a funcionar?
Vai daí, hoje, decisão tomada, seguiu para o LIDL, onde a comprara, para devolução.
Fiquei com a casa desimpedida e com mais 140€ na carteira.
Já para não mencionar o enorme prazer  de leveza na alma por me ter libertado de uma quase certa inutilidade.

A última situação a que se aplica a "máxima" atrás citada, tem a ver com o sexto sentido, com a campainha que se ouve lá no fundo do cérebro, quando algo parece improvável.
Importante não ignorar  os avisos. Se não tiverem outro mérito, servem para criar dúvidas. Importante não insistir na surdez quando os alarmes se fazem ouvir.
Foi assim:
Quis inovar. Preparar um pão diferente. Fugir ao facilitismo da farinha comprada, previamente preparada, ousar uma experiência inovadora.
Vasculhei blogs de culinária. Neles, a confeção de pão. Encontrei uma foto sedutora e uma lista de ingredientes inusitados, mas que, infelizmente, estavam na minha cozinha. Avancei. Liguei a máquina. 3 horas depois cheirava a pão recém cozido.
Desenformei. Nada! Não saía. Insisti, usei uma faca, uma espátula, martelei o fundo com uma colher de pau. Uma, duas, muitas vezes.
Soltou-se. Parte. Só o centro.
O restante do pão permanecia grudado às paredes da forma.
De consistência esponjosa, embora perfumada, revelou-se impróprio para consumo humano.

Por que é que não ouvi a campainha da dúvida?
Timidamente, uma vozinha  tinha sussurrado que nada daquilo fazia sentido. O desastre estava anunciado. Eu tinha obrigação de saber que não funcionaria. Mas que fiz?
Ouvi?
Não!
Persisti, ignorei os sinais de aviso, fiz concessões.
Deu no que deu. Uma nuvem de migalhas esfareladas, excelentes para alimentar pássaros, mas que na minha branca e impoluta cozinha, teve um papel devastador.

Isto é tudo muito lindo, a net é excelente a alargar horizontes, a transmitir conhecimentos e bláblábláblá !!!
Mas de nada vale sem o ingrediente mágico chamado bom senso.
Em caso de dúvida, recusa!

Beijo
Nina