quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Zambujeira do Mar










Desde que a auto-estrada A2 entrou em funcionamento, a pressa de chegar rapidamente ao Algarve apagou as hipóteses restantes, todas muito interessantes, mas muito longas, muito demoradas.

A maior perda refere-se ao esquecimento da estrada marginal que seguindo o litoral da Costa Vicentina, exige tempo, mas, em compensação, oferece a magnificência de um litoral ainda não invadido nem destruido pela sanha voraz dos especuladores imobiliários.




Está, até ao momento, a salvo e, por isso mesmo, não é desperdício de tempo o tempo que se gasta a percorrê-la.




O melhor mesmo, será partir sem relógio e ir ficando onde se gosta, onde o mar e as praias impolutas nos prendem.




Depois, há o apelo irresístivel dos trilhos a percorrer por matas e florestas.
Parece que são os mesmos que pastores e gado atravessam.
Estão cartografados e divididos em etapas que garantem o pernoitar em porto seguro.
Tenho, guardado no repositório das minhas vontadaes, projetos e apetites, esse.
Hei-de percorrer esses trilhos, encher o olhar de deslumbramento e o espírito, liberto, de paz.
Hei-de!




A vontade reacendeu-se na última viagem para o sul.
A Costa Vicentina entrou-me na alma, prendendo os meus sentidos.
Da Comporta, ao acaso, desci e cheguei à Zambujeira do Mar, este assombro:




Foi praia ganhadora na disputa das 7 marvilhas das Praias de Portugal, na categoria de praia de arribas, creio.
Terá este sido um presente envenenado?
Será que este pedaço de paraíso não irá, agora, pagar o preço da divulgação mediática?




Que os responsáveis tenham o discernimento de não se venderem, cegos pela ambição, em nome de uma coisa perversa chamada desenvolvimento.
Que a Maravilha continue intocável e que dos seus encantos se desfrute sem a destruir.


Beijo
Nina