quinta-feira, 19 de julho de 2012

Um nicho ...


... é um local mágico.
Já em criança criava nichos em locais e na alma e neles guardava tesouros.
Não me passou a mania e, por isso, crio nichos.
Neles conservo objetos que são lembranças e que são preciosos porque são lembranças.
Não há nada como um nicho!
Melhores, mil vezes melhores que o mais impenetrável cofre.
Guardam e mostram. Mostram e enfeitam e alegram e fazem nascer sorrisos nos meus lábios.
Por isso, adoro  nichos!
Só eu, mais ninguém, sabe,ler o conteúdo dos meus nichos.
Com eles viajo no tempo e no espaço, aperto aperto laços, envolvo abraços, encontro e reencontro momentos, deixo voar o meu louco pensamento.



Neste nicho repousam pedaços turcos, russos, holandeses e agora, um afago, um leve toque de dedos da minha querida Adriana.
Foi ela, foram as suas mãos, a sua mente quem criaram esta sucessão de roxos e lilases que comportam luz, me envolvem a alma.
Sempre que o olho penso em Adriana, a querida Adriana, tão linda, tão doce, tão amiga...

Juntam-se sugestões de Veneza, na ânfora verde, bem como o impressionante rigor alemão, de Dusseldórfia, na jarra em degraus verdes.
A vermelha veio de Ulm, uma minúscula e magnífica cidade de artesãos vidreiros alemães.
Em primeiro plano, repito, um pouco da minha linda Adriana.

Da Índia, da Tailândia, de Cuba, da Grécia, de França, outros momentos se exibem.
Todos lindos, todos importantes, todos com raízes profundas no meu ser.
O mais recente, repito, recebi-o das mãos da doce Adriana.
O nosso reencontro será logo, será já, que o tempo dissolve-se face à eternidade e ao cruzamento de duas vidas com muito de irmãs.
Até já, linda Adriana!

Beijos
Nina