domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sempre, não,

... mas às vezes, apetece-me fazer a caminhada diária junto ao rio Douro.
Sobre o rio, existe um passadiço destinado aos caminhantes, que, olhos postos nas águas, deixam que o pensamento viaje.
Pena, é que ao lado, os automóveis não cessem de passar.
Assim, entre caminhar por entre dunas, no areal de Leça que se estende até Angeiras, onde, apenas o som das vagas se faz ouvir, num fundo de praia deserta, e aqui, com o Porto velho, na outra margem e as águas verdes e profundas do Douro correndo a nossos pés, o meu coração balance.
Trata-se de privilegiar a vista ou o ouvido.
E, sem sombra de dúvidas, junto ao Douro a paisagem é avassaladora.


No local onde, em tempos idos, quando o Douro era navegável desde a Foz até Vila Nova de Gaia, existiu um cais de aportagem para navios de grande calado.
Com o assoreamento da barra, os navios deixaram de entrar no rio e o cais extinguiu-se.
No seu lugar nasceu um núcleo de restaurantes para todos os gostos e predileções, bem como um cais para barcos de turismo que transportam passageiros, rio acima, até à fabulosa região do Douro Vinhateiro.

Num pequeno largo encontra-se exposta esta estranha peça que, suponho, estaria implicada na destilação de bebidas alcoólicas.

Os restaurantes, construídos de raiz, têm um aspeto muito moderno e convidativo.



Caminhando em direção à foz do rio, aparece o local onde, outrora, eram construídos barcos.
Atualmente, realizam-se reparações nos "rabelos" réplicas dos barquinhos que, descendo o rio, desde a Régua, transportavam ,em pipas, o vinho que seria tratado e armazenado nas Caves do Vinho do Porto, localizadas, na margem de Vila Nova de Gaia.
Atualmente, são apenas elementos decorativos que chamam a atenção da multidão de turistas estrangeiros que por aqui circulam.


Ponte D. Luís I , com os seus dois tabuleiros.
O superior é apenas utilizado pelo Metro, enquanto que, no inferior, circulam veículos automóveis e peões.
Num plano mais recuado, a Ponte do Infante.

O rio encontra-se, tristemente poluído.
Ainda assim, subsistem algumas espécies de aves marinhas.
Ouvi dizer que, junto à foz, a poluição das águas interferiu de tal modo com a fauna, que os próprios peixes, num gesto desesperado de sobrevivência, se tornaram hermafroditas.
Será?

Um destes dias, vai desaparecer esta ruela que, em escada, se desenvolve não sei para onde.
Num destes dias, um qualquer expedito construtor civil tratará de apagar este vestígio medieval , das margens do rio.
É pena, não é?


Ponte da Arrábida.
Já foi célebre pelo seu amplo arco, um dos maiores da história da engenharia, quando, nos anos sessenta foi construída.
O condomínio constituído por blocos de várias cores é moderno e de excelente qualidade.
Situa-se na margem direita do rio, no Porto, portanto.

Não gosto particularmente de aves, de um modo geral, não gosto de bichos com penas. Abro, porém, uma excepção para os patos.
Soberbos e dignos na sua absoluta autonomia.

Uma das réplicas dos antigos "rabelos" circula sob as pontes.
É o cruzeiro das pontes!

A minha cidade!
Tem um velho casario, tem o cinza imponente do granito, tem ruelas e avenidas e tem um casal apaixonado.

Imponente, a Sé Catedral.
Ao lado, o Paço Episcopal.

Na cervejaria que mostrei na primeira foto, ousei, pela primeiríssima vez, entrar e almoçar:
Arroz de Tamboril com Gambas!
Não me arrependi.

Verifico agora que escrevo numa semipenumbra.
O dia está a acabar!
Como voou!!!
Tenham uma feliz, cheia e proveitosa semana.

Beijos
Nina