terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ronda, numa espécie de banda desenhada.

Quem entra em Ronda, desavisado, não suspeita o que o espera.
Parece uma terrinha como tantas outras.
Com igreja matriz,
A iglesia de la Merced,

Estátuas de toureiros,

em pose de faena,

e identificação devida,

e mais poses emblemáticas.

De repente, avançando um pouco, num clarão, o chão abre-se.

E, lá ao fundo, o abismo alarga-se.

A perder de vista.

O Parador Nacional, equilibra-se, no limiar do abismo,

que se agita, vivo, lá no fundo, com repentes de catos e veludos de musgos.

Visitantes, suspendem-se, numa varanda, sobre o buraco sem fundo.

Antes de nós, famosos encheram o olhar com este deslumbramento.

Sempre medonho, sempre magnético.

Do nada, uma árvore lançou raízes e cresceu.

Impávido, um riacho corre no mesmo local onde , desde o princípio dos tempos, correu.

As encostas esboroam-se, matizam-se de cores.

E nas fendas de pedra viva, a vida insiste e persiste em crescer.


A ponte!
Esguia, colossal, liga as margens.

O conjunto é avassalador.
Reduz-nos à nossa ínfima dimensão.
Não é cenário, não!
Não é o produto alucinado de uma mente delirante.
É, apenas, Ronda.

Beijo
Nina