sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Os pilares da terra ...

A obra notável de Ken Follet, desenvolve-se na Idade Média, essencialmente na Grã-Bretanha, sendo o seu fio condutor a construção de uma catedral, melhor, da Catedral, aquela que haveria de ser a mais imponente, a de mais improvável realização, a mais utópica, cuja torre, pela sua desmesurada altura, seria avistada de qualquer parte do reino.
Foi, seguramente, uma obra que li com muito interesse, que, certos trechos, devorei com avidez, que recomendo com o maior entusiasmo e que, me abriu uma janela de profunda curiosidade perante a construção das catedrais, as quais, anteriormente, contemplava esmagada pela sua grandiosidade, mas sem me questionar sobre as peripécias que haviam envolvido a sua construção, assim como quem contempla uma montanha, ali colocada por determinação divina ou, quando muito, por capricho geológico.

Aqui, na Europa, são muitas, louvando a Deus, simbolizando o Seu poder numa mescla ténue, com contornos mal definidos com o poder temporal ...
Quanto mais poderoso o rei, mais imponente a catedral...

Repito, após a leitura de " Os Pilares da Terra ", passei a olhá-las com outra curiosidade, com outros olhos.
Na viagem pela Europa que concluí, cruzei-me com muitas e em todas entrei, atraída pelo mistério que encerram, pela mensagem que simbolizam, numa mescla de louvor a Deus e engrandecimento do senhor a quem se deve a sua edificação.



Esta é a Catedral de Clermont-Ferrand, uma cidade industrial em França.
O seu exterior negro contrastando com o colorido da cidade velha, assim como a sua localização elevada atraem todos os olhares, todos os pensamentos, todos os habitantes do burgo, como refúgio físico de categoria divina.


O interior eleva-se em direção ao céu.
A penumbra é quebrada pela luz colorida que atravessa os vitrais.
É gótico, o seu estilo.
Ao espírito é proporcionado o ambiente que entreabre a porta da esperança do paraíso.
O homem não está na terra apenas destinado ao sofrimento e, quando sofre, o templo que o acolhe é apaziguador.



Além disso, há música.
Música celeste que ecoa do majestoso orgão, encimado por colorida rosácea, esperança de festa na vida eterna.



Como se de banda desenhada se tratasse, as cenas bíblicas são reproduzidas assim, aos quadradinhos de cor, fruto do génio de artesãos iluminados e de projetistas que pretendiam congregar a sociedade num espaço.que sendo de culto, era, também, acolhedor e festivo.

Admirar as catedrais, com todo o respeito subjacente pelo que representam, pelo trabalho que envolveram, pela genialidade do homem que sonhou fazendo com que" a obra nascesse", mas também com o olhar curioso de criança que com legos imagina,  faz e desfaz o real absurdo, e vê super heróis onde os adultos vêem apenas figuras sacrossantas, é muito, mas muito divertido.

Beijos,
Nina