terça-feira, 24 de maio de 2011

Homens carecas

É um dos seus calcanhares de Aquiles, se não o maior, pelo menos o mais visível.
Por isso inventaram "que é dos carecas quelas gostam mais"!
Não concordo!
Elas não gostam nem mais nem menos em função da densidade capilar, porque nós, mulheres, somos bem mais espertas, do que esse tolo rótulo insinua.
Como seria possível que a eleição fosse condicionada pelo cocuruto povoado, capilarmente falando, ou luzidio como uma bola de bilhar em resultado da ausência desse mesmo adorno?
Pelo amor da santa, não nos menosprezem!
Quem assim proclama este chavão é porque quer lavar a sua calvice, denunciando a sua pequenez (e não me refiro ao cabelo), repetindo um slogan sem conteúdo, na esperança de que, através da repetição ganhe credibilidade.

Já sei que o absurdo não é exclusivo de género, que  é transversal atingindo os dois sexos, na total amplitude social.
Todos somos vítimas de mitos que prometem milagres em poucas semanas e, os mais arrojados, em poucos dias.
Mas deixarei este tema para outra oportunidade, voltando, agora, aos carecas.

Vi na TV, um documentário incrível, hilariante, documentando as angústias pilosas de dois homens, jovens.

Um era loiro, de pele clara e careca como o Santo António, com uma penugem esvoaçante em redor do crânio, deixando à vista uma imensa superfície luzidia e , aparentemente, macia como o rabinho de um bebé.
O outro, não.O outro tinha uma farta cabeleira e através da abertura desabotoada da camisa, deixava adivinhar um matagal compacto e negro.
Visto pelas costas, adivinhava-se que entre a cabeça e o dorso não existia solução de continuidade.
Queixava-se este jovem que, o que mais o incomodava eram as nádegas cobertas de pelo.
Um verdadeiro urso!

Acontece que os dois jovens eram muito amigos, com aquele tipo de amizade em que um dispensa um rim para acudir ao outro.
Neste caso, o que estava em causa não era um orgão vital, era o cabelo, ou o pêlo, conforme a perspectiva.
Prosseguindo o raciocínio de que " o que é meu, é teu",  e pretendendo matar dois coelhos com uma só cajadada, dirigiram-se ao que seria o seu salvalor da pátria, um médico japonês de grande nomeada, exímio transplantador de folículos capilares, disposto a resolver o problema dos dois amigos.

Encontrámo-los no bloco operatório onde se operará a magia.
O careca, com o perímetro da cabeça fortemente enfaixada, de modo a provocar edema da zona.
O cabeludo/peludo, de rabo para o ar, oferecendo, como dador, o revestimento das suas nádegas.

E lá começou o procedimento:
O médico japonês, armado de assustadora pinça, arrancou, um a um, os pelos, com o respectivo folículo, do rabo do generoso dador, que, a cada investida, soltava pungentes  lamentos, sendo então, cada um dos folículos colocado no alvo crânio do receptor.

Foi uma intervenção demorada, minuciosa e lancinante para os participantes.
Mas valeu a pena!
No final, o "urso" podia exibir sem constrangimento umas nádegas, embora esfaceladas, despojadas de pelos!
O ex-careca loiro, exibia, orgulhosamente uma trunfa de pelos púbicos, pretos, rebeldes e encaracolados,
em contraste violento com o diáfano círculo loiro que lhe emoldurava o rosto.
Um verdadeiro sucesso!

Beijos,
Nina