segunda-feira, 28 de março de 2011

Bordados

Era uma vez uma menina que sabia bordar.
Aprendeu com as freiras do colégio que, em criança, frequentou e, mais tarde, já noiva, numa instituição que se destinava a preparar as meninas casadoiras, para as prendas domésticas -- A obra das mães -- onde também recebi noções elementares sobre a gestão de uma casa e aprendi os rudimentos da culinária.

Gostava de bordar, tal como gosto de todos os trabalhos de mãos. E bordava, bordava assim:




Bordava e fazia crochet:


Cedo, porém, conclui, que tal como " a função faz o orgão", a perfeição no bordado só se atinge com a repetição e treino diário, que, há anos não realizo.
Continuo, no entanto, a adorar uma cama imaculadamente branca, coberta por lençóis bordados e rendados.
Tenho imensos, de um vastíssimo enxoval que a minha mãe fez questão em providenciar e que ainda perdura.
Às vezes, apetece-me peças mais modernas e frequentemente, não resisto e compro-as.
 Mas têm que ser muito especiais, têm que me encher as medidas e, a seu tempo, tenciono mostrá-las.
Considerando-me uma pessoa do meu tempo, reconheço, contudo, em mim, traços nostálgicos do passado, quando havia tempo para os detalhes e  para os pormenores requintados.
Serão resquícios do charme discreto da burguesia?

Beijos,
Nina