sexta-feira, 18 de março de 2011

Tulipas

Espreitei uns cabelinhos verdes furando a terra, procurando a luz, o ar, fazendo pela vida.
 Anunciei:
- Estão a nascer!
Cada uma, seu ritmo...

Três fases de desenvolvimento.

Rapidamente, esses filamentos tomaram forma, engrossaram, ganharam corpo e adivinhava- se no extremo da haste, um novelo irregular que antecipava a flor.
Quase uma gravidez.
 Esta sem ecografia, à moda antiga... menino ou menina, brancas, amarelas ou vermelhas?
Vigiei-as, atenta, com cuidados de parteira zelosa.
Uma manhã, há apenas uma semana, desabrocharam. Primeiro, timidamente, depois competindo entre si na urgência de se exibirem, lindas, maravilhosas, inesperadas, surpreendentes como só as tulipas o são.
Assim:


Amarelas e vermelhas, num devaneio caprichoso!




Oferecem-se, abrem-se, pujantes, sem pudor!

Carpe diem (aproveita o momento, goza o agora...) proclamam num discurso sem palavras.
Porque sabem ( a natureza é sábia!) que a beleza é efémera, mas "... infinita enquanto dura.."
Será que o inevitável processo de decadência já se iniciou?
Não importa!
Os momentos de puro prazer, nada nem  ninguém apaga.

Beijos,
Nina