domingo, 27 de fevereiro de 2011

PÃO

Gosto de pão! Desde criança que o como ao pequeno-almoço ( café da manhã), então com manteiga e agora, com a ditadura da balança, nem tanto.
Na minha memória persiste a imagem de uns braços roliços de mulher,cantarolando, de mangas arregaçadas até aos cotovelos, amassando energicamente a massa enfarinhada, num ambiente iluminado e turvo pela nuvem de farinha em suspensão.
Só que eu sou bicho urbano, nasci e cresci na cidade, nunca nem por uma vez,  entrei no coração de uma padaria o que inviabiliza completamente tais memórias.
Põe-se, portanto, pertinentemente, a questão:
-Será que fui padeira numa outra vida?
Responda quem for capaz.
Por mim, consigo viver sem sobressaltos com esta transcendental possibilidade.
O que é certo, repito, é que gosto mesmo de pão, de o saborear mas, principalmente, de o cheirar, quando recém cozido.
Para minha enorme felicidade, descobri, recentemente, a máquina de fazer pão, um trambolho com ar de inutilidade que me apressei a comprar.

A máquina em toda a sua imponência...

Estudado o livro de instruções, apreendi de imediato que a coisa não tinha segredos:


Farinha composta por 7 cereais

Havia que comprar a farinha ou mistura de farinhas adequadas, ligar a máquina à corrente elétrica ( com a possibilidade de, utilizando um temporizador, ter pão quente , ao saltar da cama pela manhã...) e escolher o programa, esperar pelo apito de "concluído" e voilá ...


Pão Vital
Agora, é só comer.
Beijos,
Nina

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O meu marido está com gripe! (Ai! Ai! ...)

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto, Já vejo a morte, nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes, fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes, nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão-de-ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer.

ANTÓNIO LOBO ANTUNES


Só um génio como ALA poderia fazer este retrato, meio cómico, meio cruel que se aplica como uma luva aos nossos amados e enfermos maridos.
 Os homens são assim!
Tenho um amigo pediatra que subscreve esta tese com a maior veemência. Segundo ele, quando nascem gémeos de sexos diferentes, a menina é sempre mais forte e mais vivaça. No decorrer da infância comprova esta inevitabilidade.
Lobo Antunes, para além de escritor genial, eterno candidato ao Nobel da Literatura, é médico de formação e psiquiatra por especialização, possuindo, portanto, as ferramentas específicas para desmontar objectivamente este tipo de comportamento.
Está-lhes no ADN, não há nada que eles ou nós possamos fazer.
A nós, mulheres, na nossa infinita sabedoria e tolerância, só nos resta apaparicá-los.

Beijos, Nina

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

FUI EU QUE FIZ!

A borboleta atenua o ar artesanal

Não cresci numa família dada às artes ou ao artesanato.Raramente vi as mulheres da minha família, dedicadas aos lavores. Nunca fui estimulada nas habilidades ditas femininas.
E também sei que  " a natureza não dá saltos".
 Pois permito-me discordar.
Apesar deste contexto familiar, sempre tive curiosidade face à manufactura das coisas.
 Em criança, queria ter uma máquina de costura, fazer vestidos, criar coisas, ser costureira. Nunca o fui.
Mas, depois que cresci, e já  senhora dos meus impulsos, resolvi dar livre curso à minha veia "artística":
Frequentei um atelier de pintura e realizei umas coisinhas de que muito me orgulho e que a seu tempo mostrarei (se perder a vergonha...)
A seguir, aprendi a fazer crochet, tudo muito simples, mas, eu com a minha imensa ousadia proporcional à minha ignorância, decidi que o que faria, seria,  em grande ( já viram a colcha concluída e a segunda versão,em lã, em curso)...
Depois, veio o tricot.

Vestido de lã em tricot,verde pistachio, uma das minhas cores preferidas...
Comecei com as roupinhas dos meus filhos e hoje, tenho o desplante de tricotar para mim e  para as amigas. Comprei revistas, li livros, focei na net e, mais importante que tudo, atrevi-me, ousei, errei, fiz e desfiz!
Em boa hora! Vejam:

Vista geral

Modéstia à parte, acho que as fotos não fazem justiça ao vestido, que resultou em cheio.
Os pontos, aprendi-os a partir de um livro que pretende conter os principais - TRICOTAR À MÃO E À MÁQUINA - edições Fada do Lar. Aos pontos utilizados no corpo, chama Ponto de ferradura larga e ao da saia Ponto de zigueszagues curvos.
A lã, comprei-a nuns saldos no Corte Inglês de Vigo, nesta cor, para mim fabulosa.
O único defeito desta peça é que é muito, muito quente e pouco adequado para usar no interior das nossas casas aquecidas.
Tirando isso, acho lindo,e acho também que se eu fui capaz, qualquer pessoa será.
Beijos, Nina

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ainda o voluntariado

Pérgola, junto ao mar

Nem de propósito, assisti ontem, na TV, ao programa do Dr. Oz.
 Lembram-se dele?
Colaborava, esporadicamente, com a Oprah, mas, neste momento possui o seu próprio espaço.
Ontem, no seu estilo muito próprio ( e muito discutível ...), referia as três principais vantagens do voluntariado:

- As pessoas que o praticam, pelo menos duas vezes por semana, têm um objectivo;
- As pessoas sentem-se mais felizes por fazerem bem aos outros;
- As pessoas envolvidas no voluntariado desligam dos seus próprios problemas;

Segundo ele, o envolvimento no voluntariado garantia mais 7 anos de vida aos envolvidos.

Descodificando, o voluntariado é, para além de louvável , terapêutico, porque ocupacional, disso ninguém duvida.
Também ninguém duvida que gostar de si próprio é saudável, na medida em que, está laboratoriamente comprovado que as emoções negativas são tóxicas, mesmo letais,quando, interferindo com o nosso sistema imunitário, abrem a porta a toda a sorte de doenças.
A este propósito, descobri o blog  omeuchaverde.blogspot.com com conteúdos interessantes
Nunca fiz voluntariado, apenas porque não ... porque ainda não calhou, porque ando permanentemente ocupada ... não porque duvide dos projetos.Mas está no meu horizonte, tal como está   revisitar uma e outra e centenas de vezes o Brasil o projeto de aprender Alemão (adooooro a Alemanha) e escrever um livro...
Por exemplo, aqui bem perto do local onde vivo, existe um organismo chamado CASA DO CAMINHO, vocacionado em acolher bebés e crianças desfavorecidas. Outro dia, fui lá entregar um donativo (brinquedos e roupas em estado impecável) e fiquei impressionada com a qualidade do espaço e do pessoal em serviço permanente, com apoio de voluntários).
Uma obra notável, que merece ser mencionada.
Beijos, Nina

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VOLUNTARIADO

Todas as manhãs, desde que não chova, faço uma caminhada de uma hora, junto ao mar, já que tenho o privilégio de viver numa cidade debruçada sobre o oceano e numa zona habitacional muito próxima da praia. Adoro o local onde vivo por muitos motivos, mas principalmente , por este.

Anémona

Esta escultura, da autoria de uma artista nórdica, é composta por círculos de metal com perímetros diferentes, ligados entre si por rede de pescador. Quando foi inaugurada, não foi bem recebida pela opinião pública, porém, actualmente constitui uma referência e tocada pelo vento norte que quase sempre se faz sentir, ganha vida própria e sugere, efetivamente uma anémona.
É aqui que começo a minha caminhada.
Existe, sobre as dunas, muito perto do mar e longe do tráfego automóvel, uma espécie de passadiço, que circunda um antigo forte, atualmente convertido em museu militar, de onde se olham as ondas e as gaivotas,se  respira e se medita.
É muito, muito bom!


Forte de São João
(vulgarmente conhecido por Castelo do Queijo)

Hoje, por sorte, não chovia e lá repeti o ritual.
Lembram-se que, na semana passada, dei conta de um temporal terrível que assolou a costa norte do país?
Só hoje foram visíveis os estragos. O areal estava repleto de detritos.


Poluição devolvida pelo mar

No meio da lixeira, vislumbrei duas senhoras que, de luvas calçadas revolviam o lixo:





Por me parecer estranho, abrandei o passo e fotografei-as, percebendo então qual a busca em que estavam empenhadas: catavam cápsulas, tampinhas de garrafas com que enchiam sacos. Trata-se de uma campanha, em que as próprias crianças estão envolvidas, com o objectivo de reunirem o maior número possível de tampinhas.Seguidamente, estas serão entregues num organismo apropriado que, em troca, oferece cadeiras- de- rodas para deficientes.
Claro que, no cotidiano, eu separo o lixo; claro que sou sensível à saúde do planeta; mas serei tão sensível a ponto de vasculhar o lixo como faziam aquelas senhoras? Honestamente, receio que não.
É que eu, reconheço, não tenho espírito de voluntariado, com a minha vidinha tão organizada, tão cheia de interesses, tão egoísta, em suma.
No entanto, conheço pessoas que fazendo voluntariado em variadíssimas áreas,  proclamam:
FOI O VOLUNTARIADO QUE ME SALVOU.
Estranhamente, o voluntariado é, para estas pessoas imensamente gratificante.
Dizem que tapa buracos na alma.
Dá que pensar,não dá?
Beijos, Nina

ÓSCARES

Dos nomeados para os óscares, vi, até ao momento, "A rede social", "o cisne negro", "o discurso do rei" (do qual já falei na semana passada" e, hoje, "True grit", com a tradução "Indomável".

Deste último gostei francamente.
É um western, no velho estilo de John Wayne,realizado pelos irmãos Coen, com a diferença que o heroi ( um fabuloso Jeff Bridges) veste a pele de de um sheriff mais ou menos amoral, alcoólico, sujo e velho, que apesar de tudo, desempenha rigorosamente o papel para que foram inventados os herois do velho oeste e salva a mocinha.
 Esta é uma talentosíssima jovem, que, ou muito me engano, ou vai arrecadar o óscar para o melhor papel feminino, como personagem secundária.

Quanto ao prémio para melhor atriz, na minha opinião, será arrecadado por Natalie Portman, um bailarina do New York City Ballett, que, através de um complicadíssimo, doloroso e patológico percurso, se supera e atinge a perfeição.
Hoje, num jornal diário li uma crónica de um escritor/jornalista que muito admiro: Miguel Esteves Cardoso.
No texto que escrevia sobre o Cisne Negro, fazia uma análise surpreendente, mas que faz todo o sentido. Para ele, a personagem principal era genial na pele de cisne branco, porque era uma criatura insípida, pura e quase assexuada. A sua dificuldade em fazer vingar o Cisne  Negro , residia nessa áurea de santa.
Apenas quando se libertou, através da perfídia e do sexo, atingiu o desempenho sublime. No fundo, na opinião do MEC, esta é a grande questão que condiciona e cataloga as mulheres: as santas e as outras.
Quando qualquer mulher se atreve a pisar o risco, no sentido de poder encarnar simultânea e plenamente os dois papeis (há uma canção popular que sinteticamente define a situação: Uma lady na mesa, uma louca na cama...), a justiça divina " tarda, mas não falha..."
Valha-nos Deus!
Beijos, Nina

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O pagador de promessas...

Lembram-se do filme?
É um pouco como me sinto hoje, pois prometi a mim mesma que só falharia a postagem se fosse de todo em todo impossível. Hoje, quase não pude parar por um minuto, mas , nos 15 que tenho livres, vou mostrar uma das muitas das minhas paixões:
O crochet!
Procuro ter sempre um trabalhinho entre mãos.


Quando estava grávida da minha filha, fiz esta colcha. em algodão branco, numa imensa sucessão de hexágonos.
Reinterpretei-a, agora, condicionada pelo inverno rigoroso, em lã, mais rústica, mas também mais moderna e em tons que jogam muito bem com a decoração do quarto.
Não está pronta, mas vai de vento em popa.
Se gostarem e quiserem o esquema, já sabem, é para isso que aqui estou!



Agora, um hexágono em detalhe:


Oxalá gostem.
Beijos,
Nina

domingo, 20 de fevereiro de 2011

CHICO BUARQUE, SOBRE A SOLIDÃO ...

PRAIA DA QUEBRADA
(ao norte da cidade do Porto)



Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo ... Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar ... 
Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos ... Isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida ... 
Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado ... Isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto...

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma ...

FRANCISCO BUARQUE DE HOLANDA



Este texto tocou-me de uma forma indizível.
Até chorei, quando o li, muda de palavras, sufocada por emoções.
Compartilhei-o particularmente com amigos muito próximos, mas também com a long'inqua e desconhecida Andrea que nunca vi, nunca ouvi, nunca encontrei, mas a quem quero bem, muito bem.
Por motivos que desconheço e me ultrapassam, Andrea nunca recebeu o meu mail.
Por isso, aqui fica para todos os que me visitarem ( mas especialmente para si, Andrea) este excerto capaz de tocar bem lá no fundo da nossa alma.

Beijos, Nina






sábado, 19 de fevereiro de 2011

VILA NOVA DE CERVEIRA

Também conhecida apenas por Cerveira, é uma vila no norte de Portugal no Distrito de Viana do Castelo, região do Minho, com cerca de 1300 habitantes.
A Igreja Matriz, o Forte de Lovelhe e o Castelo de Cerveira constituem os seus atrativos em termos patrimoniais:

 Igreja Matriz

 Entrada para o Castelo
 Relógio de Sol

Terras de Cerveira

A Bienal de Cerveira é uma exposição de arte que se realiza cada dois anos, desde 1978, e que tem reunido nomes de artistas conceituados, portugueses e estrangeiros.

Adoro Cerveira! 
Pelo que ficou dito e por muito, muito mais.
Todos os sábados se realiza uma enorme feira que atrai multidões, mais espanhois do que portugueses, dada a proximidade da Galiza ( 30 Km ?).

Vende-se de tudo, desde vestuário e calçado, a utensílios domésticos e de decoração.
E evidentemente que  todos" hablamos español " ou, pelo menos portoñol.

Acessórios
( nova coleção - 5€)

Casa e Decoração


Malas de crochet
(não perguntei o preço, mas são lindas de verdade!)


Cestos

A secção dos ciganos, a mais barulhenta e desorganizada, é a que atrai maior número de visitantes, ou não fosse lá que se encontra a bela da bolsa Carolina Herrera a 15 €, os sapatos de vela Lacoste por preço equivalente, para não falar das camisas para homem de TODAS AS MARCAS, de casacos da Gant , relógios Cartier e sei lá mais o quê. 

Malas
(dos mais renomados estilistas)

De vez em quando aparece a polícia, nesta secção, e a debandada é geral.
 Os artigos contrafeitos dos vendedores menos ágeis são apreendidos, ouvem-se gritos, insultos, súplicas e ameaças, mas, na semana seguinte tudo recomeça na maior tranquilidade.
Os artigos citados são o que são ... cópias, com qualidade de cópias e nada mais.
 Há que ter a certeza que não se fazem, porque não existem, negócios da China.
 Tendo-a, pode ser muito divertido.
Depois, há uma série de bares e esplanadas onde, os menos afoitos leem o jornal, tomam um cafezinho e esperam pelo almoço num qualquer dos muitos restaurantes onde se come muito, mas mesmo muito bem.
Garanto que, como programa para sábado, é de adotar.
Beijos, Nina

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mãe, sou vegetariana!

Foi um choque, assim , de repente, ser confrontada com esta realidade e com a minha incapacidade.
A minha filha, muito "verde", muito ecológica, sugeria esta possibilidade: "carne mal passada, nem pensar", "sobrevivo muito bem sem carne", blá, blá, blá!
A mensagem estava lá, a campainha já tinha soado na minha cabeça, porém, apenas na área do subconsciente.
Uma vez o facto consumado, houve que arregaçar mangas, que é como quem diz, pôr pés a caminho para a secção de macrobiótica (?) do supermercado.
Contudo, cedo me apercebi que essa não era a solução. Tratava-se de ingredientes muito estranhos, muito tofu,  muita soja e outros cuja designação ultrapassa o meu entendimento.
Na posse do valor nutricional dos alimentos diários, decidi que, sem infringir as sagradas normas do vegetarianismo, poderia  confecionar pratos que até eu, convictamente omnivora, como sem desconfiança e, principalmente, sem repugância.

Hoje preparei uma espécie de Tortilha, cuja elaboração reza assim:

Ingredientes:
4 claras
8 cogumelos
2 fatias de queijo
ervas aromáticas

Comecei por saltear os cogumelos fatiados numa frigideira levemente untada com azeite de oliva, até ganharem cor.

Seguidamente, juntei o queijo cortado em pedaços (no caso, era um queijo espanhol, tipo manchego):


Quando o queijo começa amolecer, acrescentam-se as claras, levemente batidas. Tempera-se com pimenta preta moída no momento e salpica-se com as ervas aromáticas ( salsa picada e cebolinho cortado fino):


Loco que a mistura se encontra coagulada, vira-se com a ajuda de um prato, deixando que ganhe cor na outra superfície.

O resultado final é este:




Como acompanhamento, brócolos cozidos ao vapor e arroz branco.
Bom apetite!
Beijos, Nina

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Here comes the sun ...

Here comes de sun ...


Apesar dos pesares, o meu canteiro de amores-perfeitos começou a dar um tímido ar da sua graça.
Desde criança que adoro estas flores, que parecem faces de bicho, com olhos e  boca, numa fabulosa combinação de cores.


Tulipas



Ao mesmo tempo, começam a germinar os primeiros bolbos de tulipas, que vêm em segundo lugar na minha lista de preferências, no que a flores diz respeito.
Estes bolbos foram plantados em Novembro e, se o Inverno não tivesse a ser tão rigoroso, certamente, por esta altura, já teriam florescido.

Em matéria de flores, neste momento, tenho que me contentar com as já debilitadas estrelas de natal, que estão, nitidamente a despedir-se de nós.

Estrelas de natal



Não há quem não ame flores, pois não?

Beijos
Nina

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

INVERNO

FOZ  DO RIO DOURO

PORTO, PORTUGAL
A foto não consegue reproduzir toda a violência da natureza.
Hoje, o dia foi catalogado com alerta vermelho, o mais elevado na escala de risco, nas zonas da costa norte do país.
É assustador, mas, ao mesmo tempo, de uma beleza que deslumbra e arrepia.
Infelizmente, este fenómeno já fez vítimas mortais, entre pescadores desportivos que se posicionam em zonas aparentemente seguras, que, num ápice, são colhidos por ondas perdidas que atingem os 10 metros.
Simultaneamente, o vento sopra com uma violência inusitada, acompanhado por pancadas de chuva torrencial e, durante a última noite, por trovoada.
Apesar de tudo, eu gosto.
Gosto do desfilar das estações;
Gosto do conforto e segurança da casa;
Gosto de ansiar pela primavera;
Gosto de ter saudades do verão, da praia, das noites quentes, da roupa leve...
Acho que é um pouco como a vida, "...depois da tempestade, vem a bonança", ou "não há bem que sempre dure, nem mal que não se acabe..." e poderia seguir por aí fora, desbobinando verdades ancestrais.
A Foz do Douro é, na maior parte do ano, um local aprazível, muito concorrido, onde se situam alguns dos melhores restaurantes e bares da cidade.
Hoje está assim e, se tudo correr bem, os restaurantes e bares perderão apenas os clientes enquanto a tempestade persistir. Se, pelo contrário, a situação se agravar, os próprios restaurantes poderão ter de enfrentar um processo de reconstrução antes que chegue o verão.
Oxalá, não.
Beijos, Nina

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O discurso do rei

Ontem, carregada de espetativas fui ver o filme mais badalado dos últimos tempos, o mais sério concorrente aos Óscares deste ano.
Conhecia a trama da intriga que me agradava porque sempre gostei de histórias que decorrem num passado recente.
O ambiente inglês apresenta-nos uma rainha mãe particularmente cúmplice e inesperadamente apaixonada pelo marido, numa altura em que os casamentos por conveniência, principalmente entre nobres, era o habitual. Nas duas princesinhas filhas do casal antevemos a futura e atual rainha de Inglaterra e a irmã, Margarida.
O príncipe de York, atirado para o protagonismo nacional e internacional, é um homem triste, tímido, titubeante e gago. Deve o seu protagonismo ao fato de o irmão mais velho, legítimo herdeiro da coroa britânica, abdicar a seu favor em nome de um amor muito louco por uma americana divorciada.
Ao príncipe gago, exige~se que ultrapasse as suas limitações e , que, através da BBC empolgue os ingleses e, em última análise todos os opositores a Hitler, no que acaba por ser muito bem sucedido.
Do relatado se depreende que a intriga é fiel à história e portanto nunca surpreendente, não sendo portanto, por essa via , que se agarra o espetador.
Magistrais são os desempenhos e a subtil desmontagem psicológica daquela gaguez, que ao ser desmontada revela a teia das relações familiares entre os membros da nobreza.
Não é o filme da minha vida, mas é um filme muito bem feito.
Vejam!
Beijos,
Nina

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia dos Namorados

Pasteis de Namorados

Ok! O Dia dos namorados não passa de uma gigantesca invenção comercial, uma muito bem montada operação de marketing. Mas, o que é certo é que "... um carinho às vezes cai bem ..."
Por isso, rebatizei esta receita de Pasteis de Belém, fornecida há muitos anos por uma querida amiga, porque é certo e sabido que no dia de S. Valentim aparecem, como por milagre, estes deliciosos pasteizinhos.
Já sabemos que o açúcar mata, que a gordura mata e que as farinhas brancas também matam, mas pelo amor da santa, ninguém quer morrer cheio de saúde!

Se querem pecar, porque uma vez não são vezes, segue a receitinha. O resultado final compensa o processo chatinho da elaboração, que reza assim:

Ingredientes:

1/2 litro de leite (magro, por obséquio...)
100 g de miolo de pão
6 gemas
250 g de açúcar

Unta-se 24 forminhas com manteiga que se polvilham com farinha. Seguidamente passam-se por água e depois, novamente por farinha.
Neste momento estão prontas para receber o recheio.

Recheio:
Cobre-se o pão com o leite a ferver e acrescenta-se o açúcar. Bate-se bem.
Por fim, acrescentam-se as gemas, repetindo energicamente o processo de mistura.

Enchem-se as forminhas até 3/4 da sua capacidade e vai a forno médio até alourar.

O aspecto, que é tentador, não dececiona.
Portanto, meninos e meninas, ainda estão a tempo de encantarem o amor das vossas vidas.

Beijos, Nina

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Doce de chila ( ou gila, conforme a região )

Tem muito que se lhe diga, a confecção, quero eu dizer, porque o vegetal em si é o que de mais modesto se pode imaginar. Digamos que é uma espécie de abóbora, menor em tamanho e distinto na cor, com a sua casca verde raiada de branco, insuspeita no aspecto quanto aos prodígios culinários que origina.
Na doçaria conventual é omnipresente, manipulada pelas mãos pacientes das monjas, que, misturando-a com amêndoa e gemas de ovos se suplantaram em delícias tão irresistíveis como hipercalóricas.
A confecção, repito, intimida, não tanto pela complexidade, mas pelo tempo que exige, num tempo em que o tempo é exíguo e por isso precioso.
Mas o resultado compensa e , o que é mais importante, o processo é terapêutico e passo a explicar.
Em tempos li um livrinho que muito me impressionou e que ainda hoje recordo, escrito por uma mexicana ,Laura Esquivel, com  o título " Como água para chocolate". O espaço restrito da acção é uma cozinha, onde são produzidos pratos com ingredientes perfeitamente acessíveis, manipulados de forma exequível, resultando em manjares apetecíveis. O que distingue todo o procedimento é o facto inusitado das emoções, alegrias e tristezas, amores e desamores da protagonista provocarem, influenciarem e mesmo temperarem o processo culinário. É o que se pode chamar um livro fácil, mas deveras apaixonante pela abordagem rara que guia toda a linha narrativa. Aconselho vivamente a sua leitura.
Muito bem, e o doce de chila?
Então é assim, este vegetal que cresce quase como praga, diz quem sabe, exige tratamento de ponta, quase com pinças. Quase, repito, porque um dos seus caprichos consiste em jamais ser tocado por objectos metálicos, a cujo toque responde com uma horrenda cor negra. E é aqui que entra a terapia.
Para quebrar a sua empedernida casca exterior, há que espatifá-la no solo, assim mesmo, com força, descarregando as energias negativas, uma e outra vez, e todas as vezes necessárias para a reduzir a pedaços ( com um suspiro de satisfação).
Só então iniciamos o procedimento culinário que passo a referir:

INGREDIENTES:
Açúcar - 600 g
Chila - 500 g

Parte-se a abóbora como atrás foi referido.
Lavam-se os bocados, retiram-se as pevides e extraem-se rigorosamente todas as "tripas" amarelas, para que o doce não fique com um abominável gosto a peixe. Sempre com os dedinhos, nunca com faca, repito.
Colocam-se, então, os bocados imersos em água e coze numa panela coberta até que a casca quase se separe da polpa.. Escorre-se e deitam-se num tigelão com água fria. Separam-se então da casca, eliminam-se quaisquer pevides que tenham resistido à selecção inicial e divide-se a polpa em fios ( em Espanha, adequadamente, chamam-lhe cabelo de anjo ).
Feito isto, deixam-se de molho em água e sal durante 24 horas. Findo este repouso, passam-se duas vezes por água corrente e repete-se a operação, deixando-a de molho mais 24 horas, mas agora em água sem sal.
48 horas decorridas ( ...o que foi que eu disse sobre o tempo?), escorre-se a mistura e pesa-se.
Então, calcula-se o peso de açúcar de acordo com a proporção enunciada , cobre-se com água e vai ao lume até atingir ponto de espadana. Nessa altura mistura-se a chila escorrida e mexe-se com a colher-de- pau até atingir a consistência desejada, deixando fervilhar a mistura pelo tempo necessário.
Depois de morno guarda-se em frascos.
É delicioso para rechear bolos ou sobremesas folhadas,mas também para ser comido como doce de colher, salpicado com amêndoas fatiadas ligado com gemas de ovos, na proporção de 8 gemas para cada 500g de chila.
Mas será que não se podia adquirir esta iguaria no supermercado, por meia dúzia de euros, em frascos herméticos e assépticos?

Podia, mas não é a mesma coisa (garanto e juro)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Porquê iniciar um blog?

Não sei se é para, como em criança, criar um amigo imaginário, se para estimular o prazer da escrita, se para exorcizar fantasmas, se para usufruir de alguma espécie de lucro, se por tudo isto e muito mais que de momento não me ocorre, não sei... Apeteceu-me e aqui estou!
Agora que me afastei do trabalho rígido, obrigatório,( fui professora durante muitos anos...) ter objectivos e não apenas deixar o tempo fluir num clima de férias eternas, parece-me importante, principalmente para não esquecer o sabor das férias verdadeiras. Por isso, proponho-me actualizar diariamente o blog (é assim que tecnicamente se diz?), postando o que me parecer relevante.
Num livrinho que li há tempos (eu e toda a gente), chamado " O Segredo", um dos mandamentos a cumprir para atingir a tal plenitude que o Universo está prontinho para nos entregar, era, precisamente, registar diariamente o que de melhor nos tinha acontecido nas últimas 24 horas. Vamos a isso.
Para já, encontro-me na árdua tarefa de desbravar os segredos da net. Vamos ver como corre.